Combinar anticorpos com moléculas “destruidoras” de tumores, faz com que se ataque somente o tecido maligno, deixando o restante do corpo intacto (Ge Healthcare/flickr)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2011 às 16h08.
São Paulo- Em um estudo com potencial para revolucionar os tratamentos de combate ao câncer, pesquisadores americanos conseguiram destruir tumores em ratos utilizando luz.
De acordo com o estudo publicado na Nature Medicine, há grandes chances de o tratamento funcionar em humanos.
A grande vantagem da terapia fotodinâmica desenvolvida pelos cientistas do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, é que ela não danifica células saudáveis. Por combinar anticorpos com moléculas “destruidoras” de tumores, ela ataca somente o tecido maligno, deixando o restante do corpo intacto.
Os anticorpos são os agentes do nosso sistema responsáveis pela defesa do organismo. No caso do câncer, embora nem sempre consigam combatê-lo, eles conseguem reconhecer algumas proteínas no exterior das células do tumor e se ligam a elas.
Os pesquisadores pegaram anticorpos específicos para câncer de mama, pulmão, pâncreas, cólon e próstata e os ligaram a uma molécula especial que, quando exposta à luz infravermelha, danifica as células. Essa molécula, chamada IR700, tem ainda a vantagem de ser fluorescente – de forma que os pesquisadores conseguiam acompanhar sua evolução dentro do organismo de um rato usado em testes.
Dois tumores foram implantados no roedor. Ele recebeu os anticorpos combinados às moléculas, e eles se ligaram às células cancerígenas. Um dos tumores estava coberto, de forma que a luz infravermelha não o atingiria, enquanto o outro permaneceu exposto. Um dia após o tratamento com a luz, o tumor não exposto estava significativamente menor (imagem ao lado: esquerda, antes do tratamento. À direita, dentro do círculo amarelo, o tumor não coberto). Isso significa que não apenas os anticorpos se ligaram ás células cancerígenas, como as moléculas presas a eles foram ativadas pelas ondas infravermelhas e destruíram o tumor.
A pesquisa, liderada por Hisataka Kobayashi, ainda precisa ser aprimorada e testada em humanos, mas pode ser uma alternativa à quimioterapia e à cirurgia.