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Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2014 às 18h58.
O Nokia Lumia 1520 é um marco na história do Windows Phone e dos smartphones topo de linha do mercado. Em 2013, muitos aparelho poderosos foram lançados, como o Samsung Galaxy Note 3, o Sony Xperia Z1, o iPhone 5s, o Nokia Lumia 1020 e o HTC One. Mas este aparelho é diferente: é a primeira vez que o sistema da Microsoft roda em uma tela grande de 6 polegadas com resolução Full HD (368 ppi). Com isso, a experiência de uso melhora sensivelmente para quem gosta de smartphones com bons displays.
O display maior favorece a usabilidade do gadget permitindo três linhas de blocos de aplicativos. Toda a configuração do smartphone é robusta: processador Qualcomm Snapdragon 800 com quatro núcleos de 2,2 GHz, 2GB de RAM, 32GB de armazenamento expansível via microSD. A bateria tem 3200 mAh, um benefício concedido devido ao maior espaço no aparelho.
O aparelho peca apenas por não ter aproveitado a tela para oferecer recursos como o multijanela apresentado no Galaxy Note, mas isso não é um problema apenas da Nokia, já que a Sony e Apple também perdem essa oportunidade.
O lançamento do Lumia 1520 foi feito durante o Nokia World Day, em outubro do ano passado, realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Na ocasião, vale lembrar, a empresa anunciou seu primeiro tablet com Windows RT. O Lumia 1320 também foi lançado pela Nokia e é uma versão de mais baixo custo (1 mil reais a menos) do 1520. Essencialmente, o hardware é mais fraco, mas a tela de 6 polegadas também está presente, embora com resolução de 720p.
Essencialmente, o Nokia Lumia 1520 é uma afronta ao segmento crescente de aparelhos Android, completando o power trio de aparelhos topo de linha com plataformas mobile de qualidade. É seguro dizer: este é o melhor dispositivo com Windows Phone do mercado atualmente, apenas com uma ressalva para a câmera, que é superada pela do Nokia Lumia 1020.
O Nokia Black (versão particular do firmware que a fabricante usa nos Lumias) também tem uma função que pode ajudar no uso da tela grande: basta tocar duas vezes na tela apagada para acordar o aparelho.
A construção do aparelho, como é tradicional da Nokia, é de boa qualidade. O gadget tem boa pegada, apesar de ter um tamanho avantajado. Assim como em outros aparelhos de tela grande, é necessário usá-lo com as duas mãos e isso pode ser considerado um problema para quem está acostumado com telas de até 4,5 polegadas. Como não é muito espesso como o Nokia Lumia 1020, ele não se destaca muito no bolso e é relativamente confortável. O aparelho é sólido, apesar de ser construído com policarbonato, e não parece riscar com facilidade.
A tela de LCD em formato IPS é excelente, com resolução de 1.920 por 1.080p. Comparada ao AMOLED do Lumia 1020, ela exibe cores mais fieis e é mais brilhante Por outro lado, ela não tem tanto contraste, nem possui o refresh rate de 60 Hz. Há um recurso bacana que permite controlar a temperatura das cores do display, algo raro em dispositivos móveis e que favorece o uso do gadget para assistir vídeos. Vale notar que o Lumia 1020 usava Gorilla Glass 3, enquanto o 1520 usa Gorilla Glass 2, uma versão mais antiga (talvez por falta de vidros com 6 polegadas). No papel, ao menos, a tela do 1520 é mais frágil.
O alto-falante do dispositivo fica localizado na parte de trás, próximo ao conector de recarregamento. Isso implica em um eventual abafamento quando o usuário segurá-lo com uma ou duas mãos.
A porta microUSB fica localizada na parte inferior do gadget enquanto o botão de liga/desliga fica na lateral direita algo imperativo para um aparelho de grandes propoções (151.2 x 79.2 x 8.3 mm). O smartphone está disponível nas cores amarela, branca, preta e vermelha.
O Lumia 1520 é, ao mesmo tempo, melhor e pior do que o Lumia 1020. Isso porque o processador, a memória RAM, tamanho de tela e ergonomia são superiores, mas a câmera é claramente inferior, com um sensor de 20,7 MP.
Fora esse downgrade, o Lumia 1520 é o melhor smartphone com sistema Windows Phone que já foi testado pelo INFOlab. Na realidade, a ponte entre o 1020 e o 1520 foi feita com base na nova versão do Windows Phone 8 (GDR3). Esse update introduziu suporte a recursos como telas Full HD, mais memória RAM e chips de 4 núcleos. Não por acaso, o SoC Snapdragon 800 e a tela 1080p de 6 polegadas são as grandes novidades do aparelho.
Os aplicativos apresentam uma alta velocidade de abertura devido ao novo processador. O sistema também flui muito bem. Outras vantagens paralelas são a maior capacidade de endereçamento de memória (algo necessário para os 2 GB de RAM do aparelho) e o suporte a padrões mais novos de comunicação, que incluem LTE Cat 4, Wi-Fi ac, Bluetooth 4.0 e outros.
AnTuTu (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
---|---|
Nokia Lumia 1520 | 24.551 |
Galaxy S5 | 35.457 |
LG G Flex | 35.571 |
Sem dúvida, atualmente a duração da bateria é algo importante a se considerar na hora de escolher o seu próximo smartphone. Com o Lumia 1520, entretanto, você não deve ter tantos problemas quanto em um iPhone. Como há mais espaço para a bateria, a capacidade de carga é grande: 3.400 mAh. No teste de reprodução de vídeo contínua, com Wi-Fi e Bluetooth ativos, o aparelho da Nokia aguentou exatas 8 horas longe da tomada. A marca é boa em relação à maioria dos celulares inteligentes do mercado, mas ficou abaixo dos níveis atingidos pelos concorrentes Samsung Galaxy Note 3 (10h) e Galaxy S5 (9h31).
Os recursos de software não são exclusivos do aparelho. As considerações a seguir valem para qualquer integrante da linha Lumia atual que receber essas atualizações. As mudanças são minimalistas, porém, produtivas. Agora há a possiblidade de associar ringtones diferentes para chamadas e mensagens de contatos específicos. É possível também fechar programas no App Switcher.Um recurso interessante é que o usuário pode programar respostas via SMS automáticas que são enviadas quando ele estiver ao volante.
Há um novo sistema de gerenciamento de arquivos segrega o uso da memória entre aplicativos, mídia e arquivos do sistema, além de mostrar individualmente quais programas estão ocupando mais espaço.
Os principais aplicativos novos são o Nokia Camera, o Nokia Refocus e o Nokia Beamer:
- Nokia Camera/ Integra as funções do antigo Nokia Smart Cam, que usava o disparo contínuo para fazer brincadeiras como representar todos o momentos de uma sequência de movimentos me um único frame (como no Xperia Z1). Além do modo clássico, no qual o usuário tem controle sobre os ajustes da câmera, há ainda um modo completamente automático, um modo auto para esportes e um modo auto para cenas noturnas. Tudo isso serve para facilitar a operação da câmera e ajudar o usuário em situações específicas (o modo esporte prioriza a velocidade do obturador, o modo noturno ajusta a fotometria para cenas escuras, etc.).
- Nokia Refocus/ é outro aplicativo de câmera. Seu papel é criar um efeito ao estilo da câmera Lytro, no qual o usuário pode escolher o ponto de foco depois que uma foto é tirada. No entanto, se houver movimento na cena, o resultado pode ficar estranho.
- Nokia Beamer/ cria um domínio online único a partir de um QR Code no site beam.nokia.com que deve ser acessado no navegador do aparelho que o usuário pretende usar para espelhar a tela. Depois de escanear o código, basta agitar o aparelho para que este mande uma screenshot de qualquer uma de suas telas para o site. Apesar de interessante, ele não tem uma aplicação claramente benéfica para o usuário.
Além desses 3 aplicativos, o Lumia 1520 vem com todos os aplicativos usuais do Windows Phone 8 e da Nokia: Bing e GPS HERE, que continuam sendo muito bons. Algo que faltou em termos de aplicativos é um que fosse dedicado à edição de imagens RAW..
O Lumia 1520 usa a mesma técnica de oversampling da câmera do Lumia 1020 que gera imagens com riqueza de detalhes acima da média no mercado de smartphones. No entanto, a amostragem do Lumia 1520 é menor, o que se traduz em um efeito mais fraco que o produzido pelo Lumia 1020 este é o downgrade citado no tópico Configuração.
Como o sensor é menor (1/2,5), isso traz a uma série de consequências, incluindo uma profundidade de campo mais ampla (em uma dada abertura). Falando em abertura, esta caiu de f/2,2 para f/2,4, mas, curiosamente, a distância focal equivalente manteve-se em 26 mm (bem grande angular, como todo telefone), de acordo com a análise do INFOlab. Apesar do sensor ser menor do que o do 1020, o número menor de pixels elimina os problemas de ruído que poderiam ocorrer.
As imagens do Lumia 1520 são boas. No final das contas a qualidade é bem comparável à do Xperia Z1, mas cada um tem suas falhas particulares. Enquanto o Z1 tinha um problema com detalhes e ruído, o Lumia 1520 tem um problema com balanço de branco e inconsistência de frame.
O Lumia 1520 pode produzir fotos de 5 MP com oversampling e, ao mesmo tempo, produzir uma imagem JPEG de 16 MP ou um RAW de 16 MP. Sim, este é o primeiro celular a liberar arquivos RAW para o usuário, um recurso absolutamente essencial para fotógrafos sérios. Em termos simples, o RAW é a imagem pura captada pelo sensor, antes da interpolação e da compressão JPEG. Sua importância reside no fato de que ela é bastante "flexível" para edição em programas como o Lightroom e o Photoshop da Adobe.
O processo todo de abrir e tirar uma foto pode levar quase 4 segundos, o que é inaceitável para fotografia de rua, por exemplo. Parte do problema é independente do processador. Sensores maiores exigem elementos ópticos maiores, que por sua vez dependem de sistemas mais complexos para alcançar um foco rápido. É possível que o corpo estreito do Lumia 1520 tenha impedido a instalação de um sistema movimentação adequado para a lente, o que resolveria este problema.
O Nokia Lumia 1520 é o melhor Windows Phone do mercado, conforme citado logo no início e a análise do INFOlab comprova isso. Contudo, seu preço está dentro da média dos aparelhos topo de linha de outras fabricantes, como Sony, Apple, Samsung e LG. A experiência de uso neste smartphone, contudo, em termos de fluidez e recursos, não decepciona em ponto algum claro que considerando as poucas ressalvas feitas acima. Quem gosta do sistema Windows Phone pode se dar muito bem com esse aparelho, mas vale lembrar que o ecossistema de aplicativos, apesar de estar em constante progresso, ainda não está tão amadurecido quanto o do Android ou do iOS. Ainda assim, há praticamente todos os apps de serviços populares: Instagram, Facebook, Twitter, Gmail e Dropbox. E, em breve, haverá a assistente pessoal Cortana que ajudará em tarefas do cotidiano, assim como fazem a Siri, do iPhone, e o Google Now, do Android.
Chipset | Qualcomm Snapdragon 800 (MSM8974) |
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CPU (SoC) | Krait 400 Quad core 2,2 Ghz |
GPU (SoC) | Adreno 330 |
RAM | 2GB |
Armazenamento | 32GB + suporte a microSD de 64GB |
Conexões | 4G (LTE-A Cat 4), Wi-Fi ac dual band, GPS com GLONASS, Bluetooth 4.0 |
Bateria | 8h |
Peso | 209g |
Prós | Configuração potente, tela grande, boa câmera |
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Contras | Tela poderia ter sido melhor aproveitada pela fabricante |
Conclusão | Melhor smartphone com sistema Windows Phone do mercado, exceto pela câmera, que é superada pela do Lumia 1020 |
Configuração | 9,3 |
Usabilidade | 8,0 |
Bateria | 7,9 |
Design | 8,1 |
Média | 8.6 |
Preço | R$2.399 |