Lumia 1020
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 16h31.
Avaliação de Airton Lopes / Graças a um sensor de incríveis 41 MP, a câmera com tecnologia PureView do Nokia Lumia 1020 produziu nos testes do INFOlab imagens com riqueza de detalhes e nitidez, especialmente em situações com pouca luz. Uma qualidade que não foi obtida com nenhum outro smartphone testado.
Outra vantagem das fotos gigantes, com resolução de até 7 136 por 5 360 pixels, é poder recortar áreas menores das cenas originais para gerar imagens ainda com boa definição. São ótimas a variedade de controles e a facilidade de operação do app Nokia Pro Camera, apesar de ser lento. Com exceção da câmera, a configuração deste smartphone não apresenta uma evolução notável em relação ao antecessor. O desempenho é bom, mas o chip dual core e a tela HD do Lumia 1020 são itens ultrapassados para smartphones Android mais sofisticados.
Avaliação de Lucas Agrela / Essencialmente, o Nokia Lumia 1020 é a versão do Pureview 808, que rodava sistema Symbian, com Windows Phone 8. Essa inovação de software ampliou as possibilidades de uso do produto, oferecendo acesso aos 200 mil aplicativos disponíveis para a plataforma. Mas seu grande estandarte foi mantido: a câmera com sensor de 41 MP.
Em quantidade de megapixels, o aparelho vence qualquer outro disponível no mercado, já que o concorrente mais próximo é o Sony Xperia Z1, que fotografa com sensor de 20,7 MP.
Mas ele não é só câmera. O Lumia 1020 também conta com uma configuração relativamente potente e tem bom desempenho com o sistema da Microsoft - e também se saiu bem para rodar jogos.
O corpo do aparelho é uma peça única de policarbonato e aparenta ser resistente, mantendo a tradição da Nokia de boa construção de dispositivos, ou seja, ele é um produto robusto. Não há pintura, o material já é fabricado na cor do smartphone.
Para dar espaço ao grande sensor de 41 MP da câmera, a traseira do Lumia 1020 não é plana e apresenta uma saliência considerável. Se você gosta de aparelhos finos, isso pode ser considerado um contra.
Um ponto inusitado do design é que o smartphone tem dois buracos para pendurar chaveiros, como os celulares mais antigos.
A tela tem 4,5 polegadas (1280 por 768 pixels) com tecnologia Super AMOLED, diferentemente dos outros Lumias, nos quais a Nokia usou telas IPS de LCD. A mudança na escolha ofereceu um bom resultado: as cores são bem definidas e não é possível ver pontos entre os pixels do display.
Há uma capa especial, vendida separadamente, que dá ao aparelho um design mais próximo ao de uma câmera de verdade e ainda pode recarregar a bateria do smartphone. Nela, há um botão dedicado para a captura de imagens.
O Nokia Lumia 1020 não é apenas uma câmera potente que pode ser usada como celular. O smartphone como um todo é potente. Ele conta com processador Snapdragon S4 Krait dual core de 1,5 GHz, 32 GB de armazenamento interno, 2 GB de memória RAM, além de ter suporte à rede 4G brasileira, NFC, Bluetooth e padrão Wi-Fi 802.11n.
Essa configuração faz com que o sistema Windows Phone 8 rode suavemente e o aparelho não apresentou engasgos durante os testes feitos pelo INFOlab.
No benchmark AnTuTu, o aparelho oteve um bom resultado. Confira abaixo.
Nokia Lumia 1020 - 10.469
Samsung Galaxy Note 3 - 30.505
Sony Xperia Z1 - 34.284
Samsung Galaxy S4 - 19.210
Mesmo tendo uma bateria com capacidade para apenas 2.000 mAh, o produto se saiu bem nos testes de bateria. Durante uma reprodução de vídeo contínua, com Wi-Fi e Bluetooth ativos, o aparelho aguentou 7h38 ligado. Esse número é superior à autonomia de bateria do iPhone 5s, da Apple, e do Sony Xperia Z1. Ambos aguentaram cerca de 6h no mesmo teste. Nesse quesito, o Samsung Galaxy Note 3 foi superior, atingindo autonomia de 10h.
Hardware - Antecessor do Nokia Lumia 1020, o PureView 808, primeiro celular (e primeira câmera) do mundo a experimentar a técnica de oversampling, usava o CMOS Toshiba HES9 pareado com um processador de mídia da Broadcom (BCM2763). Esse era um sensor atípico em vários sentidos, incluindo o tamanho e a resolução: 41 milhões de fotodiodos em 1/1,2 (resultando em pixels de 1,4 microns).
O novo aparelho mantém a resolução de 41 MP, mas perde um pouco de área sensível à luz, passando de 1/1,2 para 1/1,5. A mudança foi uma escolha da empresa em prol de um design mais fino.
Somando isso à adição de estabilização óptica (motorizada),não é surpreendente que o ruído em cenas escuras mantenha-se no mesmo nível que o do PureView. Contudo, a gama dinâmica do Lumia 1020 é um pouco menor, na teoria. Isso também tornou os pixels individuais menores: de 1,4 microns para 1,12 microns.
Enquanto o HES9 era iluminado pela frente, o sensor do Lumia 1020 é retro iluminado. Ou seja, a Nokia moveu parte dos circuitos que normalmente ficariam na frente de cada pixel para a traseira ou periferia, aumentando a área exposta à luz, de acordo com a análise do INFOlab.
Outra mudança significativa é que o sensor agora segue a proporção 16:9 em vez do 4:3 do PureView 808. Considerando que o Lumia 1020 não tem uma tela 16:9, não há muita lógica para essa mudança. Por outro lado, isso aumenta as possibilidades criativas de enquadramento.
Um problema na construção do aparelho é que o Lumia 1020 conta com o mesmo processador de mídia do Pureview 808, que é o MSM8960. Como o software do chip só aceitava por padrão câmeras de 20 MP, a Nokia teve que criar um produto adequado com a Qualcomm.
O resultado é que o Lumia 1020 utiliza um conjunto diferenciado de instruções e APIs de mídia que o permitem fazer uso do sensor de 41 MP. Contudo, renderizar uma imagem de 38 MP e outra de 5 MP ao mesmo tempo não é uma tarefa em que o aparelho apresenta uma velocidade considerável.
Um ponto negativo é que tudo que envolve a câmera do Lumia 1020 é lento. O aplicativo demora para iniciar, os motores de OIS precisam ser ativados, as fotos demoram para aparecer na tela depois que o disparador é pressionado. Ou seja, ele não é indicado para situações que exigem agilidade.
Fora isso, a mágica do PureView é metade hardware, metade software. Câmeras convencionais fazem uma leitura matricial dos pixels do sensor. Cada fotodiodo contribui para uma leitura única que tem seu correspondente direto no monitor ou no papel. O Lumia 1020 e o PureView 808 operam da maneira convencional, capturando imagens de 38 MP, mas também agem em outro nível, produzindo imagens de 5 MP cujos pixels não têm relação direta com os fotodiodos individuais.
O que eles fazem é o que chamamos de oversampling. O conceito se baseia na observação de que a reconstrução de um sinal sem defeitos exige uma amostragem que é o dobro da frequência do sinal original.
O Lumia 1020 enxerga a cena a partir de grupos de pixels, detalhes com alta frequência espacial podem ser problemáticos por causa do efeito moiré. Em outras palavras, todo tipo de padrão que se repete muito (linhas de tecido em uma roupa ou grades muito finas, por exemplo) será reproduzido erroneamente nas fotos de 5 MP. Como era de se esperar, a mesma cena em 38 MP não tem esse problema.
Qualquer usuário que queira usar o Lumia 1020 como uma ferramenta de fotografia séria vai precisar de fotos em RAW e o aparelho tem suporte a esse formato de imagem.
Aplicativos
Nokia Pro Cam -Quem faz toda essa brincadeira do oversampling é o Nokia Pro Cam, mas ele também oferece outros recursos muito interessantes. O Nokia Pro Cam pode ser iniciado ao apertar e segurar o disparador dedicado do aparelho (no menu de configurações o usuário pode definir que esse gesto inicie o aplicativo nativo ou o Nokia Smart Cam também). Uma vez dentro do aplicativo, o usuário tem à sua disposição uma miríade de opções, mas a maioria está exposta logo no primeiro nível da interface. As únicas mudanças que ficam escondidas em sub-menus são raramente alteradas: resolução, temporizador, etc.
A interface extremamente simples, limpa e rápida está em outro nível quando comparada à experiência fragmentada e cheia de atrasos do Galaxy S4 Zoom. Poder ver as mudanças de balanço de branco em tempo real sem atraso nenhum é uma experiência mágica. Tudo é apresentado de maneira clara, com ícones simples e linhas brancas: nada obstrui a cena.
Depois que a foto é tirada, o próprio Nokia Pro Cam pode fazer um crop na imagem para alterar a proporção (de 16:9 para 4:3 ou 1:1). Além disso, ele pode dar zoom e enquadrar novamente a imagem.
Nokia Smart Cam - Além do Nokia Pro Cam e do aplicativo nativo, esta é a terceira opção de programa que pode ser invocada pelo disparador. Até onde posso discernir, não há qualquer oversampling nas imagens (vale dizer que essa observação também é válida para todos os aplicativos d e terceiros que instalei). Esse aplicativo já existia desde o Lumia 920.
Seu objetivo não são as fotos em si, mas sim uma série de brincadeiras de edição. A câmera capta 10 frames em cerca de um segundo e oferece as seguintes opções: Melhor Foto seleciona automaticamente ou manualmente a melhor imagem da sequência; Foco no Movimento detecta objetos que se moveram durante a captura e adiciona um efeito de desfoque para destacar esse movimento; Remoção de Objetos em movimento elimina qualquer objeto que tenha se movimentado durante a captura; Alterar Faces se o fotógrafo capturou faces, este modo abre a possibilidade de escolher entre as expressões gravadas durante a captura; Foto de Ação sobrepõe frames onde houve movimento, de forma que todo o trajeto do objeto aparece na foto final.
Cinemagraph - Esse aplicativo, basicamente, cria GIFs animados. O interessante é que ele oferece uma série de opções de controle sobre essa criação, como duração de loop, frame rate e até delimitar a zona animada manualmente. O programa também permite incluir uma série de efeitos, como filtros de cor à la Instagram.
Fotos
A qualidade das imagens, em si, é muito acima da média dos smartphones. Até mesmo quando a foto está com 5 MP, a qualidade visual é melhor. Já com os 38 MP, é possível notar um detalhamento muito grande. Dá para ver objetos muito distantes apenas com o zoom do próprio aparelho. Como toda câmera, ela gera imagens de melhor qualidade em ambientes mais iluminados. A surpresa é que mesmo com pouca luz, as fotografias ficaram com ótima qualidade e riqueza de detalhes.
As fotos na resolução máxima têm cerca de 10 MB, o que dificulta na hora de compartilhar na internet. Por isso, o aparelho cria automaticamente uma versão com apenas 5 MP com a melhor resolução possível.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=negxYn2s7rU%5D
Veja alguns exemplos com 5 MP e 38 MP neste link do Sky Drive.
Certamente há muitas pessoas que escolhem um smartphone pela câmera que ele tem. Se esse for o seu caso, sua melhor opção é o Nokia Lumia 1020. O aparelho é o mais completo do mercado em termos de hardware e software de fotografia.
Contudo, é importante lembrar que, apesar da ótima qualidade das imagens, o aparelho não produz fotos com o mesmo refinamento que uma câmera profissional. Ele faz as vezes de uma point and shoot excelente, com diversos recursos avançados de controles e software.
Enquanto smartphone, ele também se sai bem. Não é o mais potente do mercado, mas é o melhor com sistema Windows Phone 8, sendo o topo de linha da Nokia. Por custar 2.400 reais, ele é um produto voltado para amantes de fotografia que querem ter uma ótima câmera sempre à mão e ainda aproveitarem o desempenho de um smartphone relativamente poderoso, em termos de hardware, e com construção resistente. Entretanto, se o seu foco for adquirir um aparelho potente, sem tantos recursos de câmera, há produtos com melhor custo-benefício.
*Colaborou Leonardo Veras
Processador | Qualcomm Snapdragon S4 (MSM8960) |
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CPU | Krait Dual core 1,5 GHz |
GPU | Adreno 225 |
Tela | 4,5 polegadas (HD) |
RAM | 2 GB |
Armazenamento | 32 GB (sem microSD) |
Peso | 158g |
Bateria | 7h38 |
Sistema | Windows Phone 8 |
Prós | Sensor de 41 MP, bons softwares de câmera e construção |
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Contras | Processador poderia ser mais potente (quad core) |
Conclusão | Aparelho tem a melhor câmera do mercado de smartphones e bom desempenho com Windows Phone 8 |
Configuração | 8,5 |
Usabilidade | 8,5 |
Diversão | 9,4 |
Bateria | 7,9 |
Design | 8,2 |
Média | 8.5 |
Preço | R$ 2.400 |