Tecnologia

No Google, ele viu o pior da internet

Um jovem relata sua traumática experiência vasculhando o submundo da internet para o Google


	Depois de um ano vendo cenas chocantes a serviço do Google, o jovem profissional foi parar no psiquiatra
 (Jeff Mitchell / Getty Images)

Depois de um ano vendo cenas chocantes a serviço do Google, o jovem profissional foi parar no psiquiatra (Jeff Mitchell / Getty Images)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 23 de agosto de 2012 às 12h25.

São Paulo — Um depoimento publicado nesta semana pelo site BuzzFeed vem dando o que falar. Um jovem conta que passou um ano a serviço do Google vasculhando imagens de pornografia infantil, pessoas decapitadas, tortura e outras cenas chocantes. A experiência foi tão traumática que ele acabou no psiquiatra.

O anônimo profissional conta que foi contratado logo que saiu da faculdade, e ficou feliz com os benefícios que o Google dá a seus funcionários, como refeições grátis. Mas ele não era funcionário regular. Era um freelancer sem vínculo empregatício. E sua missão era ajudar a evitar que o submundo da internet invadisse os serviços do Google. 

As leis americanas exigem que fotos de pornografia infantil, por exemplo, sejam retiradas da web em até 24 horas após ser denunciadas, e que as autoridades sejam notificadas sobre isso. No caso do Google, isso vale para todos os serviços da empresa — Picasa, YouTube, Orkut e até o mecanismo de buscas.

Quando alguém denuncia uma dessas fotos, uma pessoa verifica se é mesmo conteúdo proibido e se encarrega de removê-la e enviar o aviso às autoridades. Esse era o trabalho do profissional entrevistado pelo BuzzFeed. Ele conta que não tinha com quem conversar sobre a tarefa e não recebia nenhum apoio técnico e nem emocional. 

Segundo ele, o resultado foi traumático e trouxe sérios problemas psicológicos. Num determinado momento, o Google enviou o jovem a uma consulta com uma psicóloga de uma agência federal americana. Ela mostrou a ele uma inocente foto de um pai com uma criança. O jovem reagiu como se estivesse diante de uma imagem pornográfica. Depois disso, a empresa o aconselhou a procurar um terapeuta.

Como outros profissionais que realizam a mesma tarefa no Google, o entrevistado do BuzzFeed não se tornou funcionário da empresa. “Acho que meu chefe também ficou chocado quando soube que eles não iam me contratar”, disse ele. O Google tem uma regra de que os freelancers só podem permanecer um ano nessa condição. Depois, ou são contratados ou dispensados. Mas, segundo ele, a turma do submundo nunca é contratada.

Acompanhe tudo sobre:crimes-digitaisEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleInternetseguranca-digitalTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Luxshare, importante parceira da Apple, estuda saída parcial da China

Apple transporta 600 toneladas de iPhones da Índia para os EUA para evitar tarifas de Trump

Clone Robotics divulga vídeo de Protoclone, o robô humanoide mais preciso do mundo; veja

Zuckerberg na mira: por que bilionário pode ter que se desfazer de Instagram e WhatsApp