água (sxc.hu)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2014 às 11h51.
O Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de metade da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), voltou a registrar queda no nível de seus reservatórios nesta sexta-feira, 04. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice que mede o volume de água armazenado caiu 0,1 ponto porcentual, para 13,2%, novo recorde negativo de capacidade. Há um ano, o nível era de 62%.
Relatório diário do comitê anticrise que monitora o Cantareira mostra uma situação ainda mais crítica nas duas principais reservas do sistema. Consideradas o coração do manancial, as represas Jaguari e Jacareí estão com apenas 5,8% da capacidade. Juntas, elas representam 82% da capacidade total do sistema.
Na quinta-feira, 03, em Brasília, durante audiência na Câmara dos Deputados, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, defendeu medidas restritivas para o uso da água do Sistema Cantareira. Segundo ele, "não haverá nenhuma solução técnica de engenharia de curto prazo" e a única alternativa seria usar, de maneira consciente, a água disponível para tentar atravessar o período de estiagem, que vai até outubro. "E, depois, rezar para que chova".
Após o verão mais seco da história do sistema, em março as chuvas voltaram a ficar dentro da média. No entanto, o volume de chuvas previsto para o período seco, que começa na segunda quinzena deste mês, é insuficiente para recuperar os níveis dos reservatórios.
Apesar da atual crise hídrica, a Sabesp e o governo paulista, acionista majoritário da concessionária, seguem descartando a possibilidade de adoção de um racionamento de água na Grande São Paulo. Além do impacto político de um corte no abastecimento em ano eleitoral, analistas destacam que o efeito financeiro negativo de um racionamento sobre a receita da Sabesp ao longo do ano seria superior ao das medidas emergenciais já adotadas.