água (Edson Lopes Jr./ A2 Fotografia)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2014 às 11h40.
Apesar da série de medidas emergenciais adotadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), entre elas a ampliação do programa de bônus para redução do consumo de água para toda a região metropolitana, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira segue batendo sucessivos recordes negativos de capacidade. Nesta quinta-feira, 10, o índice que mede o volume de água armazenada nas reservas caiu 0,1 ponto porcentual, para 12,4%, de acordo com dados divulgados pela concessionária. Há um ano, o nível era de 63%.
Desde o primeiro alerta público da Sabesp para os baixos níveis dos reservatórios, em janeiro, o Cantareira já secou mais de 15 pontos porcentuais. A situação das duas principais reservas do sistema, que juntas correspondem a 82% do volume armazenado no Cantareira, é ainda mais crítica. Segundo dados do relatório diário do comitê anticrise, os reservatórios Jaguari e Jacareí contam com apenas 4,9% da sua capacidade total.
Nesta quarta, 09, pela primeira vez desde o início da crise hídrica, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a hipótese de um racionamento de água na Grande São Paulo não está totalmente descartada. O novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, também reforçou a mudança de discurso do governo paulista, acionista majoritário da concessionária.
Ainda em janeiro, em entrevista à reportagem, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, havia confirmado a possibilidade da concessionária adotar um esquema de rodízio de água devido aos baixos níveis do Cantareira. "Se não chover dentro da média nos próximos meses, a Sabesp terá que adotar medidas mais drásticas", disse Massato na ocasião. Questionado sobre a possibilidade de racionamento de água, o diretor chegou a confirmar que o risco "sim, existe".
Revisão Tarifária
Pressionada pelo risco de um racionamento ainda neste ano, a companhia aguarda a divulgação dos valores definitivos da sua primeira revisão tarifária. A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) divulgará nesta quinta, após as 20h, nota técnica com o índice final para o reajuste das tarifas. A proposta feita em fevereiro pela reguladora foi de 4,66%. Segundo analistas, a revisão deve mitigar parte dos impactos da crise de abastecimento no resultado financeiro da Sabesp ao longo do ano.