Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2012 às 09h18.
Avaliação do editor Cauã Taborda / O selo FX da Nikon, que estampa as câmeras full-frame, chama atenção dos entusiastas de fotografia e profissionais. Ele é inserido em câmeras com sensor de tamanho similar ao filme de 35 mm. Como a matéria fundamental da fotografia é o registro de luz, quanto maior o sensor, mais luz será captada. O resultado é claro: mais qualidade de imagem, fotos maiores, baixo ruído e mais nitidez. Esse é um dos motivos que colocam a D800 no radar de vários fotógrafos. Além do sensor de 35,9 por 24 mm, a Nikon conseguiu atingir a resolução de 36,3 megapixels, transformando a D800 em uma DSLR de qualidade quase impecável. Mas, todos esses recursos têm um preço salgado: a nova câmera sai por 17.999 reais.
Com uma infinidade de comandos, a D800 não é indicada para fotógrafos amadores ou com pouca empatia com equipamento profissional. Ao contrário das chamadas semi-profissionais, não há nenhum modo automático ou algo próximo a isso. Para obter um resultado similar, o fotógrafo deve acionar ao menos cinco parâmetros. Mas isso não é um problema, já que é possível controlar absolutamente qualquer aspecto dessa máquina, inclusive os menus de configuração. O usuário pode agrupar as funções que mais lhe agradam em um menu, formando subgrupos.
Os menus principais são (respeitando a grafia da câmera):
A: Focagem Automática
B: Medição exposição
C: Temporização / bloqueio de AE
D: Disparo/ apresentaçã
E: Bracketing/flash
F: Controles 4 botões semi-customizáveis (cada botão só pode assumir determinadas funções), incluindo o Fn.
G: Filmagem
Além do acesso costumeiro aos controles da Nikon, a D800 possui uma construção bastante sólida. Sua carcaça de liga de magnésio, além de oferecer resistência, funciona como um bloqueio a interferências eletromagnéticas. Mesmo que o exterior seja feito totalmente em plástico e traga muitos controles, a pegada dessa câmera é bem confortável. O peso de 1,2 kg (sem lente) é maior que o dos concorrentes, mas está na média da própria marca, especialmente entre as full-frame.
A D800 possui características muito similares à D4, a câmera mais completa da Nikon. Entre elas, o sistema AF de 51 pontos, o mesmo motor de processamento de imagem e um ótimo desempenho em vídeos. Infelizmente, a D800 não herdou a velocidade da D4. O registro de 4 frames por segundo em formato RAW está longe dos 11 frames da D4, ou mesmo das concorrentes da mesma categoria. Por ser relativamente mais lenta, a D800 não é a câmera mais indicada para fotógrafos com alta demanda por velocidade, como os que pretendem registrar cenas de esportes. Seu uso é mais compatível com um estúdio ou paisagens.
Com sensibilidade ISO variando entre 100 e 6.400 (além dos valores adicionais 50, 12.800 e 25.600), a D800 é ideal para trabalhar com pouca luz. A quantidade de ruído é mínima, tornando até as fotos em valores mais altos de ISO aproveitáveis.
Para realizar ajustes nos menus e revisar as imagens, a câmera conta com um painel LCD de 3,2 polegadas. Com 921 mil pixels e bom brilho, seu uso é confortável mesmo em dias muito claros. Uma deficiência, comum à categoria, é a falta de rotação do visor. O display exibe: histograma, horizonte virtual, grade 3x3 e ajustes. A Nikon decidiu proteger a tela com uma capa plástica oleofóbica, que acumula menos marcas de dedos e oferece certa resistência à umidade e poeira. Além dos recursos usuais, a D800 reconhece faces humanas e ajusta o autofoco de acordo. Depois de tirada a foto, o preview oferece atalhos para as faces reconhecidas pela câmera quando o usuário usa o zoom. Dessa maneira fica mais fácil navegar entre os rostos de cada pessoa (para ver se alguém ficou mal na foto).
Além de registrar vídeos em 1.080p a 30 quadros por segundo, a D800 pode transmitir áudio e vídeo sem compressão por sua saída miniHDMI. Essa é uma resposta clara ao sucesso da Canon 5D Mark II entre os produtores. Com entrada para microfones externos e opções de controle de captação, a câmera pode ser vista com bons olhos para a transmissão de conteúdo, produção de documentários e toda a gama de vídeos.
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Outro avanço é a USB 3.0. Essa é a primeira DSLR com uma porta USB de alta taxa de transferência. Nos testes do INFOlab transferimos 434 MB (6 arquivos RAW) em 10 segundos. Com a câmera conectada a uma porta USB 2.0, a transferência foi feita em 16 segundos, uma taxa de 25,5 MB/s. Com muitos arquivos, a taxa de 43,4 MB/s da USB 3.0 irá poupar bastante tempo. A câmera também tem um módulo de GPS para inserir informações geográficas nos arquivos. Veja as especificações completas do fabricante.
Pixels efetivos | 36,3 MP |
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Filmagem | 1.080p |
LCD | 3,2 |
Peso | 1,2 kg (só o corpo) |
Prós | Qualidade excepcional do sensor; inúmeros ajustes |
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Contras | Disparo contínuo mais lento em relação aos concorrentes |
Conclusão | Câmera de alta sensibilidade e indicada para fotógrafos profissionais ou entusiastas |
Imagem | 8,3 |
Velocidade | 9,0 |
Objetiva | 9,2 |
Visor | 9,5 |
Recursos | 9,5 |
Design | 8,8 |
Média | 9.0 |
Preço | R$ 17999 |