Nextel planeja investir de 4,5 bilhões a 5,5 bilhões de reais no Brasil em cinco anos (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 09h59.
Brasília - A Nextel, operadora de telefonia controlada pela norte-americana NII Holdings, pretende investir um total de até 5,5 bilhões de reais no Brasil nos próximos cinco anos --incluindo os recursos destinados ao pagamento de licenças para ter uma rede nacional de telefonia móvel 3G, compradas nesta terça-feira.
Como já previam especialistas, a Nextel levou a melhor e arrematou 11 dos 13 lotes principais da banda H. Pelas regras do leilão promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a prioridade, nesses lotes, era para empresas que ainda não tinham licença de atuação 3G --caso da Nextel.
Com o leilão ainda em andamento em Brasília, a Nextel também tinha conquistado o lote 40.
Até 18h, o leilão estava perto de chegar ao 100o lote de um total de 165. Pelos lotes que venceu até esse horário, a Nextel desembolsou cerca de 1,4 bilhão de reais, contra valor mínimo previsto no edital totalizando 1,3 bilhão de reais.
Com isso, a Nextel abre caminho para reforçar sua atuação em todo o país, uma vez que atua com força apenas nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, podendo ainda iniciar uma atuação na banda larga móvel.
De acordo com o presidente da Nextel, Sérgio Chaia, com entrada no mercado 3G conquistada nesta terça-feira, a empresa ganha possibilidades de expansão. "Também pensamos em entrar na banda larga móvel, é um mercado promissor", afirmou Chaia durante entrevista após o leilão dos 13 lotes iniciais pela Anatel.
"As conquistas de hoje devem dobrar o potencial de crescimento da Nextel no país", previu Chaia, comentando a nova área de cobertura da empresa, que passa a ter amplitude nacional.
Incluindo os recursos para quitar as licenças, a Nextel planeja investir de 4,5 bilhões a 5,5 bilhões de reais no Brasil em cinco anos.
De acordo com o diretor financeiro da Nextel, João Marcos Cerqueira, os investimentos serão realizados com recursos nacionais. "A matriz pode enviar (capital), mas a operação no Brasil é tão boa que podemos avançar no 3G sem precisar de aporte de matriz", afirmou o executivo.
No último processo de licitação promovido pela Anatel em 2007, a Nextel tentou adquirir licenças 3G, mas não teve sucesso devido à agressividade de outros concorrentes.
A CTBC Telecom superou a Nextel no leilão desta terça-feira ao fazer a maior oferta pelo lote 5, que abrange o interior de Minas Gerais. A operadora mineira ofereceu ágio de 32,4 por cento sobre o preço mínimo, se dispondo a pagar 30,5 milhões de reais.
A Oi ficou com o lote 8, também disputado pela Nextel, que inclui um município no Mato Grosso do Sul e seis em Goiás, por 1,35 milhão de reais, ante preço mínimo de 817 mil reais.
Os lotes 14 a 39 seriam ofertados apenas se os 13 primeiros não tivessem recebido propostas válidas. Assim, o leilão prosseguiu a partir do lote 40. Diversos lotes não entraram em licitação por falta de garantias.
A Vivo, maior operadora móvel do Brasil controlada pela Telefónica, tinha vencido mais de uma dúzia de lotes, oferecendo na maioria deles ágio de cerca de 20 por cento sobre o preço mínimo, com pagamento total pelos lotes na casa dos 640 milhões de reais.
Alguns lotes estavam com a licitação suspensa por recurso, a maioria da Claro, que tinha conquistado dois lotes --86 e 89, por 13,4 milhões de reais cada, ágio de 30 por cento em ambos os casos. A TIM havia vencido o lote 91, pagando 3 milhões de reais.