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Netflix aposta alto em esportes ao vivo, mas não quer competir com gigantes como ESPN

Transmissões pontuais, como a da luta entre Mike Tyson e Jake Paul em novembro do ano passado, atraíram dezenas de milhões de espectadores

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 06h33.

A aposta da Netflix em transmissões ao vivo pontuais de eventos esportivos foi um sucesso no final do ano passado.

No balanço divulgado nesta semana, a empresa informou que a luta de boxe entre Mike Tyson e Jake Paul, transmitida em novembro, foi o evento esportivo mais assistido da história do streaming, com alcance de 108 milhões de espectadores. Por que, então, a empresa evita competir diretamente com gigantes do mercado esportivo?

Os executivos da Netflix afirmaram nesta semana que a empresa está adotando uma abordagem mais cautelosa para a frente de esportes. Por enquanto, o objetivo é continuar com transmissões pontuais, como a dos jogos de futebol americano da NFL no Natal, em vez de focar em temporadas completas.

“Estamos sempre tentando ampliar nossa programação, e eventos ao vivo fazem parte disso, com esportes incluídos”, disse Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, durante a teleconferência de divulgação de resultados da empresa.

A gigante do streaming, que liderou uma mudança global na forma de consumo de séries e filmes, é uma das últimas empresas de conteúdo a entrar no segmento esportivo. Nos Estados Unidos, plataformas como Peacock, Max e Prime Video possuem direitos de transmissão de ligas importantes, como Premier League, NBA e NFL.

Analistas de mercado acreditam que, por enquanto, a Netflix deve continuar com as transmissões pontuais em vez de tentar competir com gigantes do esporte, como a ESPN, do grupo Disney. Dessa forma, ela teria custos mais baixos e ainda assim conseguiria se posicionar como a plataforma que transmite os grandes eventos de prestígio.

Para outras empresas de streaming, a transmissão de campeonatos inteiros é uma forma de evitar que os consumidores assinem o serviço e cancelem logo após o jogo ou evento de interesse.

Na última temporada da NFL, liga de futebol americano, o Peacock pagou US$ 110 milhões para transmitir um jogo e conseguiu 2,8 milhões de novos assinantes. Segundo a mídia americana, nos meses seguintes, quase 500 mil pessoas deixaram de assinar o serviço.

No caso da Netflix, esse não parece ser um problema. Com a sua biblioteca de milhares de filmes e séries, além de um calendário de programação repleto de lançamentos, a empresa não tem tido dificuldade em manter os assinantes engajados na plataforma depois dos eventos esportivos.

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