São Paulo (rvcroffi/Photopin)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2014 às 14h36.
Rodar carros com etanol no lugar de gasolina pode aumentar a poluição de ozônio na atmosfera. Essa é a conclusão de um estudo feito em São Paulo. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature Geoscience.
O ozônio é um poluente urbano capaz de causar problemas respiratórios graves. Ele pode se formar quando a luz solar desencadeia reações químicas envolvendo hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio emitidos pelos veículos.
O etanol tem sido promovido como um combustível verde, pois sua combustão tende a produzir menos emissões de dióxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio do que a gasolina. Mas a nova pesquisa revela que é difícil avaliar o real impacto da mudança da gasolina para o etanol.
Alberto Salvo, economista da Universidade Nacional de Cingapura, e Franz Geiger, um físico-químico da Universidade de Northwestern, explicam no artigo o que aconteceu quando os motoristas de São Paulo mudaram seus hábitos de combustível de repente.
Entre 2009 e 2011, o preço do etanol variou em resposta às flutuações nos preços mundiais do açúcar, que é usado para produzir etanol por fermentação. Enquanto isso, o preço da gasolina controlada pelo governo ficou estável. Isso causou mudanças no consumo de combustível. A participação da gasolina chegou a subir de 42% para 68%.
Durante essa flutuação, os pesquisadores analisaram os dados fornecidos por estações de monitoramento de ar da cidade para registrar a consequência da troca do etanol pela gasolina e vice-versa. O aumento do consumo de gasolina causou uma média de 15 microgramas por metro cúbico na concentração de ozônio, abaixo da média da semana anterior de 68 microgramas, quando havia mais etanol sendo queimado.
Mas os ativistas não devem começar a defender o uso da gasolina em vez de etanol. Entre várias consequências, a gasolina também pode causar problemas de saúde e aumentar a quantidade de material particulado no ar.
O resultado da troca de combustível também pode variar em outras cidades. Por isso, os pesquisadores acreditam que o método pode ser usado para medir os efeitos das mudanças de combustível em outros locais. Só assim será possível prever o real impacto do etanol no meio ambiente.
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