Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2012 às 17h02.
Duração da bateria em uso intenso
Barras maiores indicam melhor desempenho
Samsung NC215-AD1BR
4h15min
Asus Eee PC Seashell 1215B
3h43min
MSI U270-101BR
1h25min
Se o único problema da painel solar fosse o fato de que o ganho energético é quase irrelevante, não haveria motivos para criticar essa solução. Mas há uma contradição insustentável no projeto desse notebook: a mesma luz solar que ativa a célula fotovoltaica esquenta a bateria. Não se trata de uma mera questão de conforto, o calor é nocivo à própria duração da bateria no longo prazo. O processo que gera corrente elétrica no interior da máquina é, em essência, o resultado de duas reações químicas: a redução e a oxidação. Segundo o princípio de Arrhenius, reações químicas aceleram conforme a temperatura aumenta, o que leva ao esgotamento mais rápido dos ciclos da bateria. Em outras palavras, quanto mais tempo o NC215 ficar torrando no sol, menor será a vida útil da bateria. O NC215 ficaria melhor sem o painel solar? Não necessariamente. Mas não também não podemos dizer que o painel solar acrescenta algo de desejável ao NC215.
Independentemente do painel solar, essa máquina foi projetada com a duração de bateria e, por extensão, com a facilidade de transporte em mente. Como todo netbook, o NC215 traz dentro de si um conjunto de circuitos que não demanda muita eletricidade. No centro do hardware encontramos um processador Atom N455, cujo único núcleo roda a uma frequência de 1,66 GHz. Trata-se de um processador de baixa dissipação de energia, sem cache L3 e senhor de uma população pequena de transistores. Ou seja, nada fora do esperado. Ainda assim, para os padrões atuais da computação em geral, segundo os quais até um system-on-chip com dois núcleos ARM já é comumente visto, esse processador é um tanto deficiente. Ele não decepciona na hora de usar o Office e navegar na internet, mas não espere muito.
No campo dos gráficos os recursos dessa máquina são ainda mais escassos. Ele se vale de uma GPU integrada que roda a uma frequência básica de 200 MHz. Desde de que o bitrate não seja alto, o NC215 é capaz de executar vídeos em 720p sem muitos problemas. A biblioteca de jogos também é severamente limitada, mas deve-se considerar que o objetivo de quem compra um netbook nos dias de hoje não deve envolver entretenimento.
O HD dessa máquina é espaçoso mas não foge da média com seus 500 GB de armazenamento. Quanto à memória RAM, há uma oferta de 2 GB que, aliás, é o máximo que o processador é capaz de suportar. Compreensivelmente, os resultados nos benchmarks estão longe de impressionar. O PCMark 7, dedicado a mensurar o desempenho da máquina ao rodar o Windows 7, avaliou o NC215 em 383 pontos, uma marca baixa para a categoria. No processamento gráfico, medido pelo 3DMark06, a pontuação foi mais próxima da média: 163 pontos.
Benchmark PCMark 7 (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho
MSI U270-101BR
Samsung NC215-AD1BR
Benchmark 3DMark06 (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho
Samsung NF110-AD2
Dell INspirion Duo
Passando para as conexões, não há nada que mereça uma crítica muito severa, mas também não há nada que mereça destaque. As portas físicas incluem três USB 2.0, uma porta Fast Ethernet, um leitor de cartões (compatível com SD, SDHC, SDXC e MMC) e uma D-sub. As redes sem fio ficam por conta do Wi-Fi e do Bluetooth. A ausência de uma Gigabit Ethernet é a falta mais grave dessa seleção. Considerando a parca configuração gráfica do NC215, podemos dizer que ele não se beneficiaria muito de uma HDMI. A USB 3.0, por sua vez, ainda não é um requisito básico da categoria.
Como dissemos anteriormente, netbooks não são uma prioridade de quem está em busca de uma plataforma de entretenimento. O NC215 é um bom exemplo para fundamentar essa afirmação. O display de 1024 x 600 está na média da categoria, mas não impressiona em um mundo onde tablets e, mais recentemente, até smartphones oferecem telas de qualidade superior. Por outro lado, o sistema de áudio merece algum elogio. O volume é relativamente alto e, mesmo no máximo, o som não distorce sobremodo. Entretanto, há no NC215 uma tendência a exagerar nos agudos.
A construção física da máquina não surpreende: quem já viu um netbook já viu (quase) todos. Apesar da falta de nobreza do plástico, o acabamento é resistente. O teclado, que segue o padrão ABNT2, é tão confortável quanto um netbook de 10,1 pode ser. As teclas são macias, mas de tamanho reduzido. A leve inclinação do painel, provocada pela bateria, até ajuda a digitação. O touchpad, por sua vez, é relativamente amplo e suporta gestos com mais de um dedo.
Tela | 10,1 |
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Processador | Intel Atom N455 1,66 GHz |
Peso | 1,3 kg |
Armazenamento | HD de 500 GB |
SO | Windows 7 Starter |
Duração de bateria | 4h15min |
RAM | 2 GB |
Prós | Espaço de HD amplo; teclado e touchpad relativamente bons |
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Contras | Painel solar ineficiente; processador ultrapassado |
Conclusão | O NC215 é uma máquina boa para fazer anotações e usar a internet na faculdade ou no trabalho, o marketing verde que o envolve é enganoso; |
Média | 7.7 |
Preço | R$ 1099 |