Tecnologia

Nas primeiras duas semanas do ano, big techs já acumulam milhares de demissões

Tendência de "layoffs" não mostra sinal de regressão em 2024

Demissões: quase 2.000 empresas de tecnologia demitiram em 2023 (Getty Images/Getty Images)

Demissões: quase 2.000 empresas de tecnologia demitiram em 2023 (Getty Images/Getty Images)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 12h48.

Em onze dias, janeiro de 2024 já teve demissões em massa em seis empresas de tecnologia diferentes, incluindo gigantes como Amazon e Google, indicando que a tendência de layoffs no Vale do Silício deve continuar em 2024. A empresa de Sundar Pichai anunciou cortes de "centenas" de funcionários nesta manhã de quinta-feira, 11. Ontem, a empresa de streaming Twitch anunciou o desligamento de mais de 500 funcionários.

Demissões em massa vêm acontecendo no mercado de tecnologia desde 2022. Nos Estados Unidos, um cenário econômico difícil, além do 'fim' da pandemia da Covid-19, levaram a cortes em massa, justificados como uma "reorganização" da estrutura interna. Dois anos antes, o isolamento social e o 'boom' do home office levaram a milhares de novas contratações nessas mesmas big techs.

Os layoffs não diminuíram em 2023, atingindo principalmente os funcionários de gigantes como Meta, Amazon, Microsoft e Alphabet. Segundo o site de monitoramento Layoffs.fyi, 262.682 pessoas perderam o emprego em 1.186 empresas de tecnologia durante o ano.

Ainda segundo a página, janeiro de 2023 foi o mês com o maior número de demissões nos últimos dois anos. Nesse mês, a Microsoft desligou 10.000 funcionários e o Google, 12 mil, representando os maiores desligamentos em massa na história do mercado de tecnologia.

Até o momento, em janeiro de 2024, cerca de 3.000 funcionários foram demitidos de 24 empresas tech. O valor, porém, não considera as demissões mais recentes em Google, Twitch e Duolingo. Veja a lista completa:

Demissões em massa nas big techs 2024

Duolingo

10% dos contratos com prestadores de serviços foram dispensados. Segundo a Bloomberg, o motivo dos layoffs é porque o app de aprendizado de linguagem aumentou o uso diário de ferramentas de inteligência artificial (IA).

Unity

A empresa de tecnologia de games demitiu 1.800 pessoas, cerca de 1/4 do número total de funcionários. Outras 1.100 pessoas foram demitidas da Unity nos últimos dois anos.

Humane

A startup de IA cortou 4% da sua força de trabalho, afetando cerca de dez colaboradores. A companhia está às vésperas de enviar seu primeiro produto ao mercado: um pin sem tela, alimentado por IA, que será vendido por US$ 699, e apresentado como um substituto para smartphones.

Twitch

De propriedade da Amazon, a plataforma de streaming ao vivo Twitch anunciou a demissão de 500 funcionários, cerca de 35% da força de trabalho. O anúncio também vem na esteira de mudanças significativas na liderança: recentemente, executivos de alto escalão anunciaram sua saída da empresa.

Essas demissões ocorrem após a Twitch, em março de 2023, ter eliminado 400 posições, em um contexto de cortes mais amplos realizados pela Amazon, empresa mãe da Twitch, que resultou na perda de empregos de 18.000 funcionários.

Amazon

Junto com o anúncio da Twitch, a Amazon informou que demitiria "várias centenas" de colaboradores das áreas do Prime Video e do MGM Studios. Ao todo, a Amazon cortou mais de 27.000 empregos em 2023.

Google

Nesta quinta-feira, 11, o Google anunciou a demissão de "centenas" de trabalhadores em diversas divisões da companhia. O número total ainda não foi confirmado.

A companhia teria reorganizado suas divisões Pixel, Nest e Fitbit, o que levou à saída dos cofundadores da Fitbit da empresa. O motivo dos cortes seria para reduzir custos e aumentar o foco em IA.

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