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Nas nuvens, disputa entre Amazon e Microsoft fica mais acirrada

Protagonismo da varejista de Seattle nos serviços de cloud computing está ameaçado pelo crescimento do Azure, da Microsoft

Duelo de titãs: no comando de Microsoft e Amazon respectivamente, Satya Nadella (à esq.) e Jeff Bezos querem o protagonismo do mercado de computação em nuvem (Chip Somodevilla/Getty Images)

Duelo de titãs: no comando de Microsoft e Amazon respectivamente, Satya Nadella (à esq.) e Jeff Bezos querem o protagonismo do mercado de computação em nuvem (Chip Somodevilla/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 05h55.

Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 14h10.

São Paulo – A disputa entre Amazon e Microsoft está mais acirrada do que nunca. E a batalha da vez não é em relação ao valor de mercado das duas companhias e muito menos em relação ao varejo ou ao desenvolvimento de softwares e sistemas operacionais. A briga, agora, é para decidir qual a empresa vai dominar os serviços baseados em computação em nuvem.

De acordo com Dan Ives, analista da consultoria americana Wedbush Securities, a Microsoft está mais próxima de tomar a liderança do setor de nuvem da empresa de Seattle. A previsão é baseada nos resultados trimestrais das duas companhias em relação aos meses de julho, agosto e setembro.

“Apesar Amazon continuar na liderança do setor, a Microsoft claramente começa a diminuir a distância entre as duas empresas”, afirma o especialista. A análise ainda aponta que houve uma aceleração na implementação de serviços de nuvem públicos e híbridos no mundo.

É uma previsão ousada, mas factível. Em julho, a consultoria americana Gartner apontou que o Amazon Web Services deteve, em 2018, uma fatia de 47,8% do mercado de nuvem. O percentual rendeu uma receita de quase 15,5 bilhões de dólares para os cofres da empresa de Jeff Bezos no período. Com 15,5% de market share, a Azure, da Microsoft, faturou menos de um terço deste valor, 5 bilhões de dólares

Entretanto, as perspectivas em Redmond, onde está localizada a sede da Microsoft, são otimistas. No trimestre encerrado em junho, os negócios de nuvem da empresa, que incluem o Azure, cresceram 19% e renderam 11,4 bilhões de dólares para a desenvolvedora do Windows – um terço do faturamento de 33,7 bilhões de dólares da companhia no período. O AWS, por sua vez, faturou 8,4 bilhões de dólares para a varejista de Seattle, 13,2% do faturamento trimestral de 63,4 bilhões de dólares.

Os resultados até parecem, mas são surpreendentes. Entre 2017 e 2018, as receitas do Azure cresceram 60,9%, enquanto o AWS viu seus números aumentarem apenas 26,8% no período. No mesmo período, a Amazon perdeu 1,6% de market share, enquanto a Microsoft aumentou sua participação no mercado em 2,8%.

Vale lembrar ainda que outro ponto que anima a companhia comandada por Satya Nadella é a distância que a companhia mantém de outras rivais que correm por fora no mercado. Juntas, Alibaba, Google e IBM foram responsáveis por servir apenas 13,8% dos clientes que necessitaram de serviços de cloud em 2018.

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