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Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2015 às 10h36.
Aplicativos como o Grab Taxi estão ajudando a resolver parte dos problemas que os sofridos clientes de táxi enfrentam na Tailândia, onde nem a junta militar conseguiu acabar com os repetidos abusos no setor. Embora com notáveis exceções, muitos taxistas, principalmente na capital turística Bangcoc, se negam a usar o taxímetro, se recusam a ir a alguns pontos e chegam a confrontar o cliente que protesta.
As reclamações tanto de tailandeses como de turistas conseguiram comover a junta militar que tomou o poder em maio do ano passado e, entre suas primeiras medidas, se comprometeu a acabar com as máfias e os abusos nos táxis. Os militares organizaram este ano um evento com fileiras de táxis multicoloridos em que motoristas levantavam cartazes em que se lia: "Te levo para qualquer lugar, não rejeito clientes".
Apesar dos esforços das autoridades, os clientes continuam a sofrer com um serviço ruim em Bangcoc e em outros destinos turísticos, como as ilhas de Phuket e Samui. "É difícil encontrar um táxi porque, às vezes, os motoristas não querem ir a lugares muito próximos, porque não compensa a corrida, ou se há muito trânsito.", lamentou a tailandesa Ploy, de 25 anos. "Eu prefiro utilizar o Uber ou o Grab Taxi porque é mais seguro e garantem que te levarão".
A precariedade do serviço de táxis na Tailândia é tamanha que o Uber não utiliza a estratégia de reduzir preços, como na Europa e até mesmo no Brasil, para concorrer com taxistas. O aplicativo chega a cobrar tarifas mais altas em troca de serviço e segurança melhores.
Bangcoc tem uma grande frota de táxis: 80 mil para uma cidade de dez milhões de habitantes. Nova York, por exemplo, famosa pelos carros amarelos, tem 13 mil para oito milhões de pessoas. A bandeirada na capital tailandesa custa 35 bat (cerca de 3 reais).
Muitos taxistas chegaram à cidade vindos de províncias do nordeste, e alugam os carros por entre 650 e 800 bat por dia (entre 60 e 76 reais). Isso os obriga a tentar faturar entre 1 400 e 1 500 bat diariamente para ter algum lucro. "Quando elimina o custo, que também inclui o combustível, a comida e outros, sobra 100 ou 200 bat. Em um dia com sorte conseguimos 300 ou 500 bat", contou à Agência Efe o taxista Ian. "O taxímetro não cobre nossas despesas porque a tarifa de táxi na Tailândia é barata. O gás é caro".