Cartela de remédios: em 1999, 1.287 mulheres faleceram pelo uso de analgésicos controlados. (stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 16h06.
Washington - As americanas estão morrendo de overdose de analgésicos controlados em um ritmo alarmante, com cinco vezes mais mortes em 2010 em comparação com 1999, informou nesta quinta-feira o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) americano.
Um total de 6.631 mulheres morreram devido ao consumo de remédios como Vicodin e Oxycontin em 2010, quatro vezes mais que as falecidas por consumo de heroína e cocaína juntas, segundo o relatório de Sinais Vitais do CDC.
Em 1999, 1.287 mulheres faleceram pelo uso de analgésicos controlados. A overdose destes medicamentos matou quase 48.000 mulheres entre 1999 e 2010.
"Estes são números alarmantes", disse o diretor do CDC, Tom Frieden, à imprensa, ressaltando que as mortes estão "disparando... a taxas que nunca vimos antes".
Embora mais homens morram todos os anos por overdose destes analgésicos que mulheres, a taxa de crescimento é muito maior entre elas (aumento de 400%) do que entre eles (crescimento de 265% entre 1999 e 2010).
Em 2007, as overdoses de medicamentos mataram mais mulheres que acidentes de carro, explicou o CDC.
O maior risco de morte por medicamentos contendo narcóticos ou opiáceos foi registrado em mulheres de 45 a 54 anos.
As mulheres podem estar particularmente em risco em relação a analgésicos vendidos sob prescrição médica porque podem sofrer com mais frequência de dores crônicas do que os homens, e podem se tornar dependentes destes remédios mais rápido do que eles, disse o CDC.
O CDC informou que as mortes e hospitalizações cresceram em proporção direta ao aumento da oferta destes remédios.
Em 2011, o CDC informou que os analgésicos a base de ópio, incluindo oxicodona, metadona e hidrocodona, viram suas vendas quadruplicarem em farmácias, hospitais e consultórios médicos desde 1999.
Frieden afirma que o uso de analgésicos de venda controlada poderosos deve ser reservado para casos especiais, como em dores severas provocadas pelo câncer.
"Em muitas outras situações os riscos superam os benefícios", explica.