Até o final da década, talvez os relógios inteligentes da Apple Inc. e de outras empresas suscitem mais piadas do que inveja. Pelo menos, isso é o que Alexander Schmiedt, da Montblanc, acha.
Ele desenvolveu uma pulseira eletrônica para os luxuosos relógios suíços que é capaz de monitorar passos, ler e-mails e até ajudar a tirar selfies.
A velocidade com que os dispositivos evoluem impõe um desafio de design ao setor relojeiro suíço, que existe há quatro séculos, disse Schmiedt, diretor administrativo do setor de relógios da Montblanc, em uma entrevista.
Os relógios de pulso de alta gama são feitos para durar, ao passo que os aparelhos eletrônicos se tornam descartáveis depois de alguns anos, como se viu no fracasso do relógio-calculadora, da década de 1980.
“Nossos produtos devem ter ciclos de vida muito longos”, disse Schmiedt, na fábrica de relógios da Montblanc, situada em um casarão estilo Art Nouveau na cidade suíça rural de Le Locle.
“Para as tecnologias modernas, o ciclo de vida é exatamente o oposto. Um aparelho que hoje faz o maior sucesso já estará desatualizado depois de um ano e, depois de dois anos, você vira piada se continuar usando-o”.
A Montblanc, que pertence à Richemont, do bilionário sul-africano Johann Rupert, criou um item de luxo com tecnologia de ponta integrando recursos eletrônicos à pulseira, e não ao corpo do relógio.
A pulseira eletrônica “e-Strap” da Montblanc, que custa US$ 390, chegará ao mercado no mês que vem e acompanhará os relógios TimeWalker, que custam de US$ 3.700 a US$ 5.800.
Ouro 18 quilates
O aparelho é o primeiro produto suíço de luxo a concorrer diretamente com o Apple Watch, cuja versão mais básica custa US$ 349 e cujo modelo em ouro 18 quilates custa US$ 17.000.
A e-Strap e os relógios compatíveis vão chegar às butiques Montblanc e a lojas como a Bloomingdale’s nos EUA.
“O preço é razoável”, disse Patrik Schwendimann, analista do Zürcher Kantonalbank. “Se tudo isso não passar de um modismo, pelo menos o consumidor terá um relógio bom e comum, que ele vai poder continuar usando”.
A e-Strap consiste em uma tela sobre uma base de aço inoxidável, que fica presa por uma pulseira de couro na parte interna do punho, enquanto o relógio fica na parte externa. Uma tela de toque de duas linhas exibe as mensagens de e-mail quando elas chegam.
Se conectado a um smartphone, o aparelho da Montblanc pode selecionar músicas e passar faixas de uma lista de reprodução. Ele conta com um monitor de atividades, para que os usuários definam objetivos de quantidade de calorias queimadas e passos dados.
A e-Strap também pode acionar a câmera do telefone, para que tirar selfies e fotos grupais seja mais fácil.
Compatibilidade com Apple
A pulseira do relógio é compatível com os smartphones da Samsung, da Apple e de outros fabricantes. A e-Strap também tem um recurso para ajudar o usuário a encontrar o relógio ou o smartphone em um raio de 30 metros. Ela deve ser recarregada a cada cinco dias.
Embora de fato torne um relógio suíço inteligente, a e-Strap não é perfeita, de acordo com Mario Ortelli, analista da Sanford C. Bernstein em Londres.
“Também há desvantagens: menos recursos, tela menor, menos integração com outros aparelhos”, disse ele.
Os relógios inteligentes suíços estão chegando, pois está previsto que o smartwatch TAG Heuer de US$ 1.400, da LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, chegará ao mercado neste ano.
A Swatch lançará um relógio New Gent com recursos de pagamento móvel por menos de US$ 100 até agosto. A IWC Schaffhausen – outra marca pertencente à Richemont, cujo nome completo é Compagnie Financière Richemont SA – também tem planos para lançar uma pulseira inteligente.
Schmiedt disse que espera que o Apple Watch tenha sucesso, porque isso aumenta o interesse dos consumidores pelos relógios. Um porta-voz da Apple não quis comentar.
Uma segunda geração da e-Strap poderia incluir recursos GPS, monitoramento de atividades físicas mais elaborado e uma tela de toque mais interativa, disse Schmiedt.
A Montblanc fornecerá atualizações gratuitas do software durante pelo menos dois anos.
Basta girar o pulso para que a e-Strap desapareça discretamente no lado de dentro do punho, disse o executivo. “Você pode decidir quando e onde usá-la, ao invés de tê-la sempre à vista”.
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1. O relógio da Apple
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1/15 (Reuters / Stephen Lam)
São Paulo -- O
Apple Watch chega às lojas no dia 24 de abril nos Estados Unidos e em outros oito países (mas, por enquanto, não no Brasil). Se a expectativa do mercado se confirmar, vai ser um sucesso de vendas. Analistas preveem que até
30 milhões de unidades podem ser vendidas neste ano. É dez vezes o total de relógios inteligentes vendidos até agora. Mas isso não significa que você deva correr para arrematar seu Watch. Veja seis razões para comprar o relógio da Apple e seis para não comprá-lo.
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2. Comprar: Smartphone no bolso
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2/15 (Divulgação / Apple)
Um estudo recente apurou que usuários de smartphone olham a tela do aparelho 220 vezes por dia, em média. Outra pesquisa
indica que metade das interações das pessoas com o celular envolvem notificações, consultas ao relógio ou calendário, fotos, curtidas no Facebook e mensagens curtas. São coisas que caberiam na telinha de um relógio. Assim, em vez de ficar tirando o celular do bolso (ou da bolsa), é mais prático olhar para o pulso para verificar essas coisas.
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3. Comprar: É fácil de usar
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3/15 (Reuters / Robert Galbraith)
A interface gráfica do Apple Watch foi elaborada para uso num relógio. Em vez da grade de ícones quadrados vista no iPhone, há ícones circulares que podem ser movidos na tela. Eles ficam maiores perto do centro para que seja mais fácil tocá-los com o dedo. A coroa do relógio e o botão lateral complementam a tela sensível ao toque. Pessoas que experimentaram o Watch dizem que o conjunto é prático e muito fácil de usar.
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4. Comprar: Apps para tudo
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4/15 (Divulgação / Apple)
Quando a Apple começar a vender o Apple Watch, no dia 24 de abril, a App Store vai ganhar uma seção com apps específicos para o relógio. Eles vão rodar no iPhone, mas com uma extensão no Watch – de modo que o usuário possa interagir com eles na telinha de pulso. Como a aconteceu com os PCs, tablets e smartphones, podemos esperar uma enxurrada de novos aplicativos que vão acrescentar cada vez mais funções ao Watch. Entre as empresas que já criaram apps para o relógio estão Nike, CNN, Twitter, Ebay, New York Times, ESPN, American Airlines e muitas outras.
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5. Comprar: Treinador de pulso
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5/15 (Divulgação / Apple)
É verdade que uma pulseirinha de monitoração de atividades pode contar seus passos e registrar seus exercícios físicos. Mas o Apple Watch faz muito mais. Ele pode mandar você se movimentar quando está parado há muito tempo, por exemplo. Ele também mede seus batimentos cardíacos para ajudá-lo a manter-se dentro da frequência ideal durante os treinos. Numa corrida, caminhada ou pedalada, o Watch pode dizer para você acelerar ou reduzir o ritmo. Também pode indicar o caminho, algo que as pulseiras de exercícios não fazem.
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6. Comprar: Muitos relógios em um
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6/15 (Reuters / Robert Galbraith)
O usuário do Apple Watch poderá escolher entre dezenas de mostradores. Há desde desenhos clássicos que imitam relógios mecânicos até um em que Mickey Mouse aponta as horas enquanto balança o pé no ritmo dos segundos. Em muitas dessas faces, o usuário pode escolher as cores e as informações na tela. Além disso, como acontece nos smartphones, o relógio será sincronizado via internet. E ele vai se ajustar automaticamente ao início e ao fim do horário de Verão.
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7. Comprar: Complicações
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7/15 (Divulgação / Apple)
Alguns mostradores do Apple Watch exibem, além da hora, informações adicionais como condições meteorológicas, fases da Lua e até cotações de ações. A Apple chama esses indicadores extras de complicações, termo emprestado da indústria relojoeira tradicional. Podem oferecer rapidamente informações que você busca com frequência.
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8. Talvez: Apple Pay
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8/15 (Getty Images / Justin Sullivan)
Um dos atrativos do Apple Watch é permitir pagamentos via Apple Pay. O relógio inclui uma conexão sem fio
NFC, de curta distância. Bastará aproximá-lo de um terminal de pagamento para fechar a conta (isso também pode ser feito com o iPhone 6 ou 6 Plus, como nesta foto). Mas, por enquanto, o serviço de pagamentos da Apple só está disponível nos Estados Unidos. É provável que ele chegue ao Brasil algum dia. Mas, até lá, talvez seu Apple Watch já tenha sido aposentado.
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9. Não comprar: É a primeira geração
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9/15 (Reuters / Robert Galbraith)
Quem se lembra do primeiro iPhone? Ele não tinha conexão 3G nem GPS, recursos que a Apple incorporou ao iPhone 3G, lançado um ano depois. Já o iPad não tinha câmeras em sua primeira geração. Elas estrearam no iPad 2. Nos dois casos, quem comprou o modelo inicial pode ter se ficado frustrado depois. É provável que isso também aconteça com o Apple Watch. Dispositivos digitais tendem a ficar muito melhores lá pela segunda ou terceira geração, quando o uso prático já mostrou ao fabricante o que precisava ser acrescentado ou corrigido neles.
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10. Não comprar: Para que ele serve?
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10/15 (Divulgação / Apple)
O Apple Watch não é capaz de rodar aplicativos de forma independente. Ele apenas permite interagir com apps instalados no iPhone, que deve estar conectado a ele via Bluetooth. Além disso, a telinha do relógio pode ser pequena demais para consultar mapas, ler textos longos ou ver fotos, por exemplo. Assim, em muitas situações, o Watch vai servir basicamente para lembrá-lo de tirar seu iPhone do bolso.
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11. Não comprar: Não é um Rolex
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11/15 (Divulgação)
Para muita gente, o relógio é um símbolo de status. Quem tem um modelo de luxo no pulso dificilmente vai se sentir satisfeito com o Apple Watch – mesmo que seja aquele revestido em ouro e vendido por até 17 mil dólares nos Estados Unidos. A telinha de cristal líquido denuncia logo que aquilo não é um relógio “de verdade”.
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12. Não comprar: Terá vida curta
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12/15 (Reuters / Robert Galbraith)
Diferentemente de um relógio tradicional, que pode durar muito, o Apple Watch provavelmente terá vida útil de poucos anos. O relógio vai evoluir rapidamente, o que deve tornar o modelo atual ultrapassado em pouco tempo. Um avanço futuro que a Apple já antecipou é que, em algum momento, ele vai ser capaz de rodar aplicativos de forma independente, algo que não é possível nessa primeira geração.
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13. Não comprar: Só iPhone 5 ou mais novo
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13/15 (Divulgação / Apple)
Como dissemos, o Apple Watch só funciona plenamente quando conectado a um iPhone via Bluetooth. O detalhe é que deve ser um iPhone 5 ou mais recente. Isso deixa fora quem tem um modelo mais antigo do iPhone. E, claro, se você tiver smartphone de outra marca pode esquecer o Apple Watch.
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14. Não comprar: Há outra opção
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14/15 (AFP)
Seu smartphone já faz quase tudo que o Apple Watch pode fazer. Pode contar seus passos, indicar o caminho e fazer chamadas telefônicas, além de oferecer muitas outras formas de comunicação. Quer registrar seus exercícios físicos? Você pode fazer isso com uma pulseira de monitoração de atividades (como a Jawbone Up desta foto). Ela custa menos da metade do que custa um Apple Watch dos mais simples. Além disso, a pulseira é mais leve e discreta que o relógio.
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15. Agora veja mais novidades da Apple:
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15/15 (Divulgação/Apple)