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Monitoramento ainda existe, diz Edward Snowden

O ex-prestador de serviços da NSA participou de evento de EXAME e falou sobre o momento atual da privacidade e proteção de dados pessoais

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 11h00.

Última atualização em 22 de agosto de 2018 às 15h18.

São Paulo – Edward Snowden ficou famoso em 2013, ao revelar o Prism, um programa de monitoramento em massa do governo americano, na agência de inteligência NSA. O caso veio à tona em uma série de reportagens do jornal britânico The Guardian, e mostrou que os Estados Unidos espionavam dados de cidadãos americanos e também do exterior e backdoors de segurança em serviços de empresas de tecnologia, sem ordem judicial expressa. Snowden participou, por videoconferência, nesta quarta-feira (22) do EXAME Fórum Segurança da Informação, realizado em São Paulo, e falou sobre o contexto atual da privacidade e proteção de dados pessoas na atualidade, cinco anos depois da revelação da espionagem americana.

Para Snowden, o monitoramento da população ainda acontece. “Antes, o negócio dos dados era muito caro. Agora, ele é muito barato e há muitos negócios nele. Eles podem saber até para quem você liga depois de passar a noite no hospital”, afirmou, falando sobre empresas de tecnologia.

“Se você tem um iPhone ou um smartphone Android, a fabricante está anotando que você está aqui agora”, segundo Snowden, que relembrou um caso divulgado pela Associated Press neste mês, que informava sobre o monitoramento do Google em dispositivos móveis.

Apesar de as suas denúncias terem tido impacto global, Snowden disse que o governo fez apenas pequenas alterações no monitoramento de massa para tirar a pressão por mudanças. Para ele isso, é arriscado porque além do governo, criminosos também podem se aproveitar das mesmas técnicas para monitorar as pessoas.

“A espionagem superou a capacidade de controle da democracia. Uma pessoa pode monitorar um número enorme de pessoas com uma precisão sem precedentes. É a primeira vez que isso pode acontece tanto para governos quanto para empresas Eles dizem que isso acontece para nos dar segurança e isso parece ser persuasivo. Os seus filhos estarão em risco e se você não permitir isso“, afirmou Snowden, que ressaltou também que o governo americano não impediu ataques terroristas mesmo com esse volume de dados.

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