Lan house na China: o governo chinês estuda maneiras de restringir a circulação da moeda virtual Q coin (Yuan Shuiling/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2011 às 19h32.
Pequim - A agência estatal de notícias chinesa pediu na terça-feira que as empresas de Internet, autoridades regulatórias e a polícia aumentem os esforços para remover os "rumores tóxicos" dos sites do país, aumentando sinais de que o Partido Comunista deseja controlar o crescimento explosivo dos microblogs.
A denúncia da agência Xinhua contra os "rumores sem base" que circulam na Internet surgiu depois que um importante funcionário do governo chinês na semana passada cobrou da Sina de outras companhias de Internet do país que façam mais para conter a veiculação de rumores pelos 200 milhões de chineses que usam microblogs semelhantes ao Twitter com o objetivo de difundir informações em altíssima velocidade.
A Internet chinesa, que conta com maior número de usuários que a de qualquer outro país, é um fórum agitado de debate público, segundo a Xinhua.
"No entanto, o rápido avanço dessa maré em constante alta também trouxe 'lodo e areia' -- a divulgação de rumores --, e para fomentar o crescimento de uma Internet saudável precisamos erradicar a terra na qual os rumores crescem", acrescentou a agência.
"Forjar rumores é uma doença social, e difundi-los pela Internet representa uma enorme ameaça social", afirmou a Xinhua, apontando para a capacidade dos blogs e microblogs de deflagrar uma proliferação "explosiva" de inverdades.
Um comentário da Xinhua não equivale a uma diretriz política, mas este e outros sinais recentes sugerem que as autoridades chinesas têm em mente um aperto na censura, por meios formais ou informais.
"Fundamentalmente, erradicar a terra da qual os rumores brotam e se espalham exigirá uma administração mais forte da Internet pelas agências responsáveis, com ataques mais intensos aos rumores", afirmava o texto da Xinhua em chinês.
O crescimento febril e a crescente influência dos microblogs parecem ter perturbado as autoridades, que se queixam de que esses sites podem difundir rumores não confirmados sem qualquer controle, o que semeia pânico e desconfiança contra o governo.