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Microsoft investe em créditos de carbono no Brasil

Acordo foi fechado com startup brasileira

Vincenzo Calcopietro
Vincenzo Calcopietro

Redator na Exame

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 11h38.

Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 12h21.

A Microsoft (MSFT) fechou um acordo significativo para adquirir 3,5 milhões de créditos de carbono da startup brasileira Re.green, especializada em restauração de terras com o plantio de espécies nativas. O contrato de 25 anos vai contribuir para o reflorestamento da Amazônia e da Mata Atlântica.

Embora o valor exato do negócio não tenha sido divulgado, estimativas do Financial Times sugerem que o montante chega a cerca de US$ 200 milhões (mais de R$ 1,2 bilhão). A compra posiciona a Microsoft como uma das maiores investidoras em soluções sustentáveis de remoção de carbono, conhecidas como nature-based solutions (NBS).

Sustentabilidade em contraste com política energética

A iniciativa da Microsoft contrasta fortemente com a postura da nova administração americana. O presidente Donald Trump, em seu primeiro ato de governo, declarou uma "emergência energética", priorizando a produção de combustíveis fósseis nos Estados Unidos, em detrimento das políticas climáticas.

Apesar disso, a Microsoft continua focada em reduzir sua pegada de carbono, especialmente devido à expansão do uso de inteligência artificial (IA). Essa tecnologia vem aumentando significativamente o consumo de energia, pressionando empresas a compensarem emissões de gases de efeito estufa.

O impacto do uso de IA e os desafios para reduzir emissões

A Microsoft emitiu 17 milhões de toneladas de CO₂ em 2023, um aumento de 40% em relação a 2020. Esse crescimento reflete o impacto ambiental de tecnologias como a IA, que dependem de data centers energizados por fontes não renováveis, como petróleo e carvão.

Para mitigar esses efeitos, a empresa busca alcançar a meta de se tornar "carbono negativa" até 2030, compensando emissões com investimentos em créditos de carbono e fontes de energia renovável.

Re.green e outras ações no Brasil

A parceria entre a Microsoft e a Re.green não é novidade. Em maio de 2024, a empresa adquiriu 3 milhões de créditos da startup. Além disso, a Microsoft também anunciou a compra de 8 milhões de créditos de carbono do BTG Pactual, reforçando seu compromisso com projetos brasileiros.

Outro destaque é o investimento em tecnologias avançadas de armazenamento de carbono, como o acordo com a petroleira Occidental, para adquirir meio milhão de créditos de armazenamento de CO₂ no subsolo.

Mercado de carbono: tendências e custos

As soluções tecnológicas para capturar carbono, embora eficientes, são significativamente mais caras. Segundo a startup Pachama, o custo pode chegar a US$ 82 por tonelada (R$ 495). Por isso, empresas têm optado por créditos baseados em natureza (NBS), que custam cerca de US$ 20 por tonelada (R$ 120).

Analistas projetam que os preços dos créditos NBS podem subir nos próximos anos, impulsionados pela crescente demanda global por soluções sustentáveis.

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