Microsoft: companhia já foi processada em 2015 por discriminação de gênero (Jeenah Moon/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 09h46.
Após reclamações de irregularidades na empresa que envolvem até Bill Gates, o conselho de administração da Microsoft está contratando um escritório de advocacia para revisar as políticas da empresa sobre assédio sexual e discriminação.
A revisão será conduzida pelo escritório de advocacia Arent Fox, que irá desenvolver um relatório de transparência “avaliando a eficácia das políticas de assédio sexual e discriminação de gênero no local de trabalho da empresa, treinamento e políticas relacionadas”.
Além de rever as políticas, a Arent Fox também afirma que irá avaliar quais medidas foram tomadas para responsabilizar funcionários, incluindo executivos. Não há uma previsão de quando as apurações devem sair.
“O relatório resumirá os resultados de quaisquer investigações de assédio sexual contra membros do Conselho de Administração e a Equipe de Liderança Sênior da empresa, incluindo as alegações que um comitê do Conselho investigou a partir de 2019 envolvendo Bill Gates”, afirmou a Microsoft em nota.
Escândalos envolvendo discriminação e assédio não são novidade na empresa de Bill Gates. Em 2015, ela foi processada pela ex-funcionária Katie Moussouris, que alegou a existência de uma cultura de discriminação de gênero dentro da companhia. Porém, ela desistiu do caso em 2020.
A Arent Fox irá, por exemplo, apurar sobre uma cadeia de e-mail interna da empresa que circulou em 2019. Nas mensagens, funcionários reclamaram da Microsoft não ter tomado ação em muitos casos de humilhação, comentários sexistas e assédio sexual.
Contra Gates, algumas histórias sobre sua conduta dentro da Microsoft vem circulando desde seu divórcio com Melinda. Segundo reportagens do New York Times e Wall Street Journal, o CEO teria, em 2007, convidado uma funcionária para um encontro via e-mail (Gates era casado na época). Outros executivos da empresa o teriam orientado para não fazer isso.
Em 2019, o conselho da Microsoft recebeu a carta de uma engenheira alegando ter tido um relacionamento sexual com o CEO em 2000. Um porta-voz de Gates afirmou que o caso "acabou amigavelmente" e, de acordo com informações do GeekWire, essa situação não deve ser investigada pelo escritório de advocacia.
“Estamos comprometidos não apenas em revisar o relatório, mas em aprender com a avaliação para que possamos continuar a melhorar as experiências de nossos funcionários”, disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella, em comunicado.