A Microsoft diz que o consumidor está sendo enganado, mas o Google Shopping deixa clara sua política de inclusão de produtos (Reprodução)
Maurício Grego
Publicado em 28 de novembro de 2012 às 15h15.
São Paulo — Desde que a Microsoft lançou seu buscador Bing, em 2009, ela trava uma dura disputa contra o Google, que se mantém inabalado em sua posição de líder em pesquisas na web. A mais recente tentativa da turma de Steve Ballmer é um hotsite chamado Scroogled, em que ela ataca o que chama de “práticas desleais do tipo pague para aparecer” do serviço Google Shopping.
O Google Shopping, um serviço de pesquisa de preços no estilo do Buscapé, está disponível em 13 países, incluindo o Brasil. Em maio deste ano, o Google passou a incluir, nos resultados de busca do Shopping, apenas produtos de lojas que pagam para figurar neles. Essa é uma prática comum entre os comparadores de preços.
No Google Shopping americano, as lojas podem pagar para aparecer primeiro no ranking. Mas o usuário também pode ordenar os resultados por preço ou por avaliação. Foi essa característica que a Microsoft resolveu usar contra a rival. Ela promete nunca ordenar os resultados do Bing em função do pagamento (a versão brasileira desse buscador não inclui comparação de preços).
O site Scroogled diz: “Quando as escolhas são limitadas e ordenadas pelo pagamento, os consumidores são enganados. Para um resultado de busca honesto, tente o Bing”. O nome Scroogled, parte da gíria geek americana, parece ter sido cunhado em 2007 pelo escritor Cory Doctorow. É uma mistura de “screwed” (que pode ter o sentido de enganado) com Google.
A versão americana do Google Shopping deixa claro que os lojistas pagam para que os produtos sejam listados e para que apareçam em destaque. Há até uma página em português explicando isso aos eventuais usuários brasileiros: “Nos Estados Unidos, o Google Shopping é um site comercial onde o pagamento é um dos vários fatores usados para classificar as listagens de produtos”, diz o texto.
Segundo o site NetMarketShare, o Google tem 85% do mercado mundial de buscas na web. O Yahoo! vem em segundo lugar, com 8%; e o Bing, em terceiro, com apenas 4%. Nos Estados Unidos, onde a Microsoft investiu mais no Bing, esse buscador está na segunda posição, com 12% do mercado. Isso não abalou, é claro, a liderança do Google, que tem 75% de participação lá. Já no Brasil, o Google tem praticamente um monopólio, com 97% do mercado.