Smartphones: a Apple já está supostamente trabalhando em um novo projeto que irá mover as funções do smartphone para óculos finos (Future Publishing / Colaborador/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 28 de abril de 2021 às 10h40.
Última atualização em 28 de abril de 2021 às 12h35.
Feche os olhos e pense no futuro: veículos autônomos, computadores e smartphones com telas que aparecem no ar, óculos de realidade aumentada que te inserem dentro de um mundo virtual como uma versão multijogador do The Sims. Tudo isso pode se tornar o novo normal com os metamateriais.
"Metamateriais" é o termo para se referir a uma ampla classe de materiais manufaturados, que são feitos de estruturas mais finas do que o comprimento de onda da luz visível, ondas de rádio e outros tipos de radiação eletromagnética.
Com eles, é possível mudar a forma como os cientistas vêm controlando a luz e deixar o processo tão fácil quanto chips de computador controlam a eletricidade. Lentes de telescópio e até termômetros infravermelho podem se beneficiar deles, mas nada se compara ao efeito que os metamateriais podem ter na produção de smartphones.
Os materiais são uma opção barata e que pode melhorar o desempenho dos aparelhos móveis. O controle de ondas de luz é a atração principal, podendo transformar o celular em um objeto de um filme de ficção científica: de acordo com o New York Times, imagens computadorizadas poderão aparecer no ar com a ajuda de óculos de realidade aumentada.
A Apple já está supostamente um passo na frente de todos, trabalhando em um novo projeto que irá mover as funções do smartphone para óculos finos e leves.
“Estamos entrando na fase de consumo de metamateriais”, disse Alan Huang, diretor de tecnologia da Terabit Corporation, empresa de consultoria do Vale do Silício, ao New York Times. “Vai muito além de câmeras e projetores e nos levará a coisas que não esperamos. É realmente um campo de sonhos.”
As tecnologias não são novidade e foram descobertas no início do século 19 pelo físico francês Augustin-Jean Fresnel, que teve a ideia de achatar e iluminar lentes ópticas e usar ranhuras concêntricas para focar a luz. O próximo a perceber o potencial transformador dos metamateriais seria um físico e ex-chefe de pesquisa da Microsoft, Nathan Myrhvold, que hoje tem seis empresas baseadas nessa tecnologia.
Outra empresa no mesmo ramo é a Metalenz, fundada em 2017, que busca uma nova maneira de fazer lentes ópticas usando a tecnologia da fabricação de chips de computador, uma opção barata e que tem grande potencial de crescimento. Até milhões de lentes bidimensionais capazes de dobrar a luz poderão ser produzidas com uma fração do custo das lentes ópticas de hoje.
O primeiro passo do mercado de massa dos metamateriais provavelmente será substituir as lentes de plástico encontradas nos smartphones, o que também poderá impactar como interagimos com computadores e sistemas de segurança automotiva.
“Uma das coisas mais poderosas que você obtém de metamateriais ou metassuperfícies é a capacidade de realmente reduzir a complexidade de um sistema enquanto melhora o desempenho geral”, disse Robert Devlin, CEO da Megalenz.
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