(SOPA Images/Getty Images)
Repórter
Publicado em 17 de julho de 2024 às 14h10.
A maioria dos adolescentes usa o app da Meta Instagram, incluindo uma fatia de 8% deles que dizem usá-lo "quase constantemente", de acordo com o Pew Research Center. No entanto, muito ainda é desconhecido sobre os efeitos dessa rotina voltada apenas a experimentar a vida por meio do app durante a juventude. Muitos especialistas acreditam que o aplicativo e outras redes sociais estão contribuindo para uma crise de saúde mental entre jovens.
Agora, após um período no qual relutou para assumir a corelação da rede social com a saúde de seus usuários, a Meta está lançando um programa piloto permitindo que pesquisadores acessem dados do Instagram por até seis meses.
A empresa aceitará até sete propostas de pesquisa, focadas em áreas como efeitos regionais do uso das redes sociais. Pesquisadores poderão acessar dados de participantes, como quantas contas seguem e quanto tempo usam o app. Dados demográficos e conteúdos que são vistos por lá, no entanto, ficaram de fora.
A iniciativa, em parceria com o Center for Open Science, visa uma maior transparência. Pesquisadores serão responsáveis pelo recrutamento dos adolescentes e devem obter consentimento dos pais. No entanto, alguns especialistas apontam que a Meta ainda terá controle sobre que pode e o que não pode ser acessado pelos times de pesquisa.
A preocupação dobra ao ser considerado que, em outros momentos, a Meta assumiu que sabia dos danos causados pelo Instagram, especialmente em meninas adolescentes. Documentos de 2021, divulgados pela denunciante Frances Haugen, mostraram que a própria pesquisa da empresa encontrou que o Instagram pode ser prejudicial. Haugen afirmou que o uso das redes sociais amplifica o risco de problemas de saúde mental, como a depressão.