Tecnologia

Mercado de notebooks vive seu melhor momento no Brasil

No ano passado, as vendas cresceram 47%, segundo o IDC. Fabricantes vêm criando formas de "baratear" as máquinas e, aos poucos, conquistam o consumidor doméstico

Notebooks à venda em loja de São Paulo (--- [])

Notebooks à venda em loja de São Paulo (--- [])

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h22.

Eles ainda são caros quando comparados aos desktops, mas o fato é que os notebooks vendidos no Brasil estão cada vez mais acessíveis ao consumidor doméstico. Os números da consultoria IDC Brasil comprovam: em 2005, as vendas gerais de laptops cresceram 47%, e quem vem puxando tal expansão não é mais o mercado corporativo, como costumava ser. De acordo com os principais fabricantes, as vendas no varejo - para consumidores finais - despontaram no ano passado.

"As vendas estão em alta tanto em desktops como em notebooks, mas o mais interessante, em 2005, foi a expansão do segmento "consumer" [leia-se varejo]", diz Renata Gaspar, diretora da área de computação pessoal da HP.

A queda nos preços foi geral, tanto em desktops quanto em notebooks. A primeira razão está no dólar. Como a maior parte dos componentes é importada, a desvalorização da moeda americana acabou barateando o preço final desses equipamentos. O segundo motivo está na MP do Bem, editada no ano passado e que concede incentivos fiscais aos notebooks de até 3 000 reais. Na última semana, a LG anunciou que irá fabricar seus computadores portáteis no Brasil, como forma de aproveitar os descontos fiscais.

"Tivemos uma desvalorização cambial de 30% em 2005 e isso trouxe um impacto ao preço de laptops", diz o diretor de consultoria do IDC, Mauro Peres. Segundo ele, os notebooks poderiam estar ainda mais baratos caso os componentes fossem fabricados no Brasil. "Basicamente toda a matéria-prima utilizada na montagem das máquinas é importada", diz Peres.

Jeitinho brasileiro

A estratégia dos principais fabricantes de computadores instalados no Brasil é bastante parecida: criar máquinas que tenham a comodidade (e por que não dizer glamour) de um notebook, mas com configurações simplificadas. O resultado são laptops com preço de desktops. Exemplo disso é o modelo nx6105 da HP, voltado para o mercado corporativo e que custa 2 900 reais. Segundo Renata, o lançamento faz parte da estratégia da HP, que é conquistar empresas de pequeno e médio porte.

Outra que vem reduzindo drasticamente seus preços é a Dell. Seu notebook mais barato sai por 2 399 reais. Apesar de a Toshiba ainda ser líder no mercado de laptops no Brasil, o crescimento da Dell tem sido maior, e a empresa já é a segunda no ranking. Com um detalhe: a Dell não tem nenhum de seus produtos expostos no varejo. Seu canal de vendas é próprio e a própria Dell se encarrega de entregar o laptop na casa do cliente.

"A vantagem de não ter a intermediação do varejista é poder conhecer, de perto, o consumidor. Essa experiência tem nos ensinado bastante sobre as demandas do mercado brasileiro", diz Daniel Rostirola, gerente de produtos da Dell. "Sem dúvida, o mercado de notebooks está passando por seu melhor momento", diz.

Não se trata apenas de conhecer o consumidor. A fabricante produz apenas sob encomenda, ou seja, o notebook só começa a ser montado quando o call center recebe o pedido. "Não há estoques, o que, em se tratando de tecnologia, é essencial, pois a obsolescência nesse mercado é muito grande", diz o diretor do IDC.

Fenômeno mundial

Não é apenas no Brasil que o consumo de notebooks está em alta. Nas economias mais avançadas, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, enquanto o mercado de PCs está em queda, o de notebooks não pára de crescer. Este ano, a expansão será de 31,4%, segundo o Gartner Group.

No Japão, o número de laptops já corresponde a 60% do total de computadores utilizados. Para se ter uma idéia, no Brasil esse número é ainda de 5%. "É uma questão de maturidade. Em países mais desenvolvidos, o notebook é a primeira escolha do consumidor, e não o PC", diz a executiva da HP.

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