Entrada da sede da Nokia Solutions and Networks Oy (NSN): companhia é a fornecedora de infraestrutura de rede das principais operadoras brasileiras (Henrik Kettunen/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 14h31.
Rio de Janeiro - A demanda por Internet móvel no Brasil ainda tem forte potencial de expansão, mas a melhora na qualidade do serviço virá com o aumento da procura, disse nesta quarta-feira à Reuters o diretor de marketing e comunicação da Nokia Solutions and Networks (NSN), Abdallah Harati.
Fornecedora de infraestrutura de rede para as principais operadoras brasileiras, a finlandesa NSN opera em mais de 120 países e teve vendas globais de cerca de 11,3 bilhões de euros em 2013. No mundo, a empresa tem market share de 19 por cento no mercado de LTE (4G).
Na opinião de Harati, todas as operadoras estão trabalhando para melhorar a eficiência e qualidade dos serviços de Internet móvel no Brasil. "Sofro com isso todos os dias, pois sou um viciado em banda larga móvel. (...) Já trabalhei no mundo inteiro, e o que acontece no Brasil é a prova do crescimento, da necessidade", declarou, em entrevista no chat Trading Brazil da Thomson Reuters.
Segundo ele, o aumento da demanda motiva mais investimentos. "O mercado acompanha a necessidade das pessoas. Hoje, para muita gente, TV HD é uma necessidade. Muitos anos atrás, a Internet discada era excelente. Hoje, a necessidade começa na casa dos megabytes", completou.
Segundo o executivo, é normal que o 4G ainda não esteja disseminado no Brasil, já que se trata de uma tecnologia recente. De acordo com Harati, o país tem 35 por cento de smartphones 3G no mercado, número ainda pequeno comparado com outros países emergentes.
Na opinião de Harati, o aumento da demanda também será impulsionado pelas possibilidades de negócio a serem exploradas pelas OTTs (aplicativos) e operadoras virtuais da telefonia móvel (MVNO).
"O Brasil ainda tem uma demanda muito reprimida de banda larga móvel. Isso dá espaço para crescimento. A maioria dos acessos no Brasil ao Facebook são por terminais móveis - smartphones e tablets", disse.
A NSN projeta que em 2020 cada usuário vai consumir 1 GB por dia em dados de banda larga móvel. Atualmente, esse consumo está em menos de 100 MB por dia.