Trabalhadores do MSF preparam campo de isolamento para o vírus ebola, em Monróvia (2Tango/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2014 às 16h12.
Nova York - A droga experimental ZMapp curou os 18 macacos de laboratório infectados com o vírus do ebola, inclusive os que sofreram com febre e características hemorrágicas da doença e estavam perto de morrer, disseram cientistas nesta sexta-feira.
Até macacos que ficaram sem tratamento durante cinco dias depois da infecção sobreviveram.
Nenhuma outra terapia experimental para o ebola jamais teve sucesso em primatas quando aplicada tanto tempo após a contaminação – os cinco dias para os macacos são equivalentes a 11 dias após a infecção em humanos.
Embora dois trabalhadores médicos norte-americanos que contraíram o ebola na Libéria tenham sido curados depois de receber o ZMapp, os médicos não sabem se o medicamento ajudou.
Um médico da Libéria com a doença morreu esta semana apesar de receber a droga, assim como um padre espanhol.
O ZMapp, produzido pela Mapp Biopharmaceutical, sediada em San Diego, nos Estados Unidos, nunca foi cientificamente testado em humanos, e o estudo atual foi o primeiro com primatas.
O sucesso, por isso, é uma "conquista monumental", disse o virologista Thomas Geisbert, da Unidade Médica da Universidade do Texas, em um comentário sobre o experimento, publicada online na revista Nature.
O ZMapp é uma mistura de três anticorpos que se prendem às proteínas do vírus do ebola e ativam o sistema imunológico para que este o destrua.
Dois coquetéis de anticorpos anteriores do Zmapp só protegeram 43 por cento dos macacos quando ministrados até cinco dias após o contágio.
Não há vacinas ou tratamentos para o ebola, mas testes de segurança de uma vacina da GlaxoSmithKline com humanos serão iniciados na semana que vem, e os da empresa farmacêutica NewLink Genetics no outono norte-americano.