Destroços: marcas de estilhaços na fuselagem (Maxim Zmeyev/Reuters)
Maurício Grego
Publicado em 21 de julho de 2014 às 18h32.
São Paulo -- O que derrubou o Boeing 777 da Malaysia Airlines que voava sobre a Ucrânia? A hipótese mais provável, de que o avião tenha sido atingido por um míssil, ganha mais força com a análise de fotos dos destroços.
Já se sabia que o avião não caiu inteiro. O fato de os destroços terem se espalhado por uma área de 15 quilômetros de diâmetro deixa claro que ele explodiu no ar. Mas o que provocou a explosão? Uma bomba a bordo ou um míssil?
O jornal britânico Financial Times mostrou fotos dos destroços a dois analistas de defesa e a um ex-piloto militar. Eles foram unânimes em apontar que as marcas nos destroços são indícios fortes de que o avião foi atingido por um míssil.
“A fuselagem a bombordo do cockpit exibe danos pesados de estilhaços consistentes com o impacto de um míssil SA11”, escreveu Justin Bronk, pesquisador do Royal United Services Institute britânico, no Twitter:
#MH17 fuselage from port side cockpit section showing heavy shrapnel damage consistent with SA-11 hit, credit @FT pic.twitter.com/F4TWSXWvTZ
— Justin Bronk (@Justin_Br0nk) 21 julho 2014
O SA11 é um dos mísseis usados no sistema Buk de defesa antiaérea, empregado tanto pela Rússia como pela Ucrânia e supostamente presente também no arsenal dos rebeldes separatistas que atuam no Leste da Ucrânia.
Até onde se sabe, é o único míssil presente naquela região capaz de derrubar um Boeing 777 em voo de cruzeiro.
Quando esse míssil atinge um avião, ele explode antes de se chocar. A explosão acontece entre 3 e 5 metros de distância da aeronave. A potente carga explosiva produz grande quantidade de estilhaços, que teriam provocado as marcas vistas nos destroços.
Os especialistas ouvidos pelo Financial Times dizem que as fotos indicam que o míssil explodiu à frente do avião, no lado esquerdo, próximo à cabine de pilotagem. Isso também é típico dos mísseis terra-ar. Eles procuram antecipar-se ao avião, atingindo-o à frente.
Veja, no vídeo, mais detalhes sobre o sistema Buk de defesa antiaérea:
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