DoorDash: maior delivery dos Estados Unidos divulga dados antes da abertura de capital (Carlo Allegri/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 13 de novembro de 2020 às 18h12.
Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 18h38.
A DoorDash, o maior aplicativo de delivery dos Estados Unidos, publicou nesta sexta-feira, 13, seu prospecto de abertura de capital, junto à SEC, a comissão de valores mobiliários ameicana.
De acordo com os dados iniciais divulgados pela empresa, o faturamento nos primeiros nove meses de 2020 foi de 1,9 bilhão de dólares, mais de três vezes o valor do mesmo período em 2019, quando a DoorDash faturou 587 milhões de dólares.
Em termos de lucro, a empresa encurtou as distâncias em relação ao ano passado. O prejuízo caiu de 533 milhões de dólares há um ano para 149 milhões de dólares em 2020 — ano em que a indústria de delivery viveu um crescimento acentuado, diante do aumento no número de pedidos com mais gente isolada em casa, diante da pandemia de covid-19.
A empresa afirma ter 1 milhão de entregadores cadastrados em sua plataforma e uma base de clientes de 18 milhões de pessoas, sendo 5 milhões deles assinantes do serviço DashPass, que garante entregas grátis com pagamento de 9,99 dólares ao mês.
A abertura de capital da DoorDash é importante porque traz um pouco mais de informação sobre um mercado que está se tornando público há pouco tempo. Competidores da DoorDash que já estão na bolsa são a GrubHub e a Uber — por onde foi possível acompanhar o crescimento do mercado de delivery em 2020. A empresa registrou quedas expressivas no negócio de carona, ao passo que as entregas tiveram amplo crescimento.
A importância fica ainda mais evidente diante do tamanho da DoorDash, que, segundo informações da firma de análises Second Measure, tem 49% do mercado americano, ante 22% da Uber e 20% da GrubHub.
Em sua última avaliação, a DoorDash valia 16 bilhões de dólares, depois de arrecadar 2,5 bilhões em investimentos. A empresa planeja abrir o capital na NYSE.
Em um dos pontos mais interessantes do prospecto, a empresa fala sobre a aquisição de entregadores, os quais chama de Dashers. "Se nós não continuarmos a prover flexibilidade aos Dashers em nossa platarforma, oportunidades interessantes de geração de renda, e outros programas de incentivo que são comparáveis ou superiores àqueles oferecidos por nossos competitores, poderemos falhar em atrair novos Dashers ou reter os existentes", disse o documento.
O tema é complicado e beira toda a economia de aplicativos há anos, com uma disputa sobre a relação trabalhista dessas empresas com motoristas, entregadores e demais "parceiros". A DoorDash afirma que se os entregadores forem classificados, por leis estaduais ou federais, como empregados da empresa o negócio e condição financeira da empresa seriam "afetados de maneira negativa".