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Machu Picchu abriga desenhos ocultos que são revelados com a luz do sol

Imagens ocultas são de condores, alpacas e lhamas e estão na estrutura da cidadela inca

De acordo com os vestígios encontrados em Machu Picchu, um dos principais usos da cidadela era para o "culto à terra" (Wikimedia Commons)

De acordo com os vestígios encontrados em Machu Picchu, um dos principais usos da cidadela era para o "culto à terra" (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2011 às 01h20.

Lima - Os construtores da cidadela inca de Machu Picchu, no sudeste do Peru, deixaram ocultos desenhos de condores, alpacas e lhamas em sua estrutura, que só podem ser vistos sob os raios do sol e em determinadas épocas do ano.

Há mais de 600 anos, os artífices da cidadela inca "foram guiados pelos astros, pelas montanhas e pelos rios" para escolher o local exato da construção do Machu Picchu, pois se tratava de um lugar "estratégico" para os incas, relatou à Agência Efe o pesquisador Zadir Milla.

De acordo com os vestígios encontrados em Machu Picchu, um dos principais usos da cidadela era para o "culto à terra" porque em seus 1 mil metros de plataformas de estação os incas desenvolveram um centro de pesquisa para o melhoramento de sementes e cultivos, afirmou Milla.

Em segundo lugar, acrescentou o especialista, o santuário arqueológico era "um centro de peregrinação" onde se mostrava o cosmos a uma elite, além de "um observatório astronômico".

"A cultura andina é cosmocêntrica, onde tudo faz parte de uma harmonia integrada e os seres constituem uma família", disse Milla, autor da pesquisa "O código secreto de Machu Picchu".

O Machu Picchu foi uma escola para que seus governantes se preparassem para o conhecimento do universo e a única forma de fazê-lo era vê-lo em movimento, entre as montanhas, nas diversas estações do ano e sob os astros.

"Nossos antepassados foram tão fora de série que criaram um espaço cuja imagem vai mudando no transcurso do ano", destacou.

Quando alguém vê a cidadela arqueológica do alto, pode observar que a montanha de Machu Picchu tem a forma de um condor com as asas abertas, ave que representa o sol, o deus criador da vida e da fecundação.

Além disso, a parte alta do Huayna Picchu, outra montanha que rodeia o lugar, tem a forma de uma lhama olhando para o céu, que representa a terra.

"Há um lugar dentro da cidadela que chamam de prisões (porque parecem três celas de pedra) que se encontra sobre uma escultura de um condor levantando voo, e aos pés deste condor há uma mesa cerimonial de pedra que também reflete a mesma ave na altura do templo de Huiracocha", revelou.

Estas imagens podem ser vistas sob a luz do sol ao meio-dia de 21 de junho, mas o templo de Huiracocha conta também com uma serpente, esculpida em pedra, que só pode ser vista claramente sob o sol a partir de 30 de outubro.

Mila relatou que há outro ambiente conhecido como olhos que choram ou como sala dos espelhos astronômicos, onde, através de uma janela, se reflete a luz do equinócio nos dias 23 de março, 21 de junho e 21 de setembro.

Segundo o pesquisador, cada região do Machu Picchu, formada por diferentes templos, era visitada em distintas épocas do ano e, por isso, revela imagens diversas em momentos diferentes.


"São espaços de interatividade para as pessoas", destacou.

O templo do sol, por exemplo, tem uma mesa cerimonial ao centro, que a cada dia 21 de junho recebe a luz solar por uma janela que cai sobre a cabeça de uma escultura de condor.

Milla alertou, no entanto, que a cidadela de Machu Picchu, que em 7 de julho terá atos de comemoração pelo centenário de seu "descobrimento" pelo explorador americano Hiram Bingham, perdeu desde 1976 uma de suas esculturas mais representativas que marcava o cruzamento de dois eixos muito importantes.

Segundo ele, a enorme peça foi removida da esplanada da cidadela para que o rei da Espanha Juan Carlos I aterrissasse em um helicóptero para visitar o Machu Picchu, mas nunca foi recolocada no lugar.

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