Oi (Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2014 às 06h05.
A operadora de telecomunicações Oi viu seu lucro cair no primeiro trimestre deste ano em meio a maiores despesas financeiras, enquanto sua geração de caixa subiu impulsionada pela venda de torres móveis.
A empresa teve um recuo de 13 por cento em seu lucro líquido no primeiro trimestre sobre um ano antes, para 228 milhões de reais, informou na madrugada desta quinta-feira.
O recuo foi impactado por um aumento das despesas financeiras líquidas de 57,1 por cento na mesma base de comparação, a 1,2 bilhão de reais, em meio a juros maiores como consequência do maior endividamento da empresa e da alta da Selic, depreciação do real frente ao dólar e pagamento de contingências e variação sobre investimentos no exterior.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 2,957 bilhões de reais nos três primeiros meses do ano, alta de 37,5 por cento na comparação anual.
A Oi atribuiu o aumento no Ebitda ao ganho com a venda de torres móveis, no valor de 1,3 bilhão de reais. Excluindo este evento, o Ebtida cresceu 5,9 por cento devido a "contínuos ganhos de eficiência e transformação de negócios", disse a companhia em comentário sobre o desempenho trimestral.
A receita líquida da Oi somou 6,877 bilhões de reais entre janeiro e março, queda de 2,3 por cento na comparação anual.
As receitas do segmento residencial somaram 2,552 bilhões de reais, queda de 0,1 por cento sobre um ano antes. A receita líquida com telefonia móvel caiu 6,5 por cento contra o primeiro trimestre de 2013, a 2,166 bilhões de reais.
A base pré-paga de clientes de telefonia celular subiu 3,8 por cento sobre igual trimestre do ano passado e 1 por cento sobre o quarto trimestre. Já a base de clientes nos serviços móveis pós-pagos, mais rentáveis, teve alta de 1 por cento ante o mesmo período de 2013, com ligeiro avanço de 0,3 por cento sobre o trimestre anterior.
A receita líquida média por cliente (ARPU, do inglês) atingiu 73,60 reais no segmento residencial no período, alta de 7 por cento na comparação anual. No segmento móvel, a ARPU totalizou 18,5 reais, queda de 9,8 por cento sobre um ano antes.
A dívida líquida teve alta anual de 6,7 por cento, para 30,291 bilhões de reais ao final do primeiro trimestre. Enquanto isso, o caixa disponível caiu 19,3 por cento, a 4,166 bilhões de reais.
A operadora concluiu no início de maio sua oferta de ações para aumento de capital no contexto da fusão com a Portugal Telecom, com captação final bruta de 13,96 bilhões de reais, sendo 8,25 bilhões de reais em dinheiro e 5,71 bilhões de reais em ativos aportados pela operadora portuguesa.
(Por Roberta Vilas Boas; Reportagem adicional de Luciana Bruno)