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Londres ganhará espaço do Tâmisa com jardim sobre as águas

A obra que promete levar mais verde ao congestionado centro londrino pode ser concluída em 2017

londres (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2013 às 06h27.

Londres planeja ganhar um espaço verde em seu congestionado centro graças a uma nova ponte sobre o Tâmisa com duas ilhas artificiais cheias de árvores e vegetação que pode ser concluída em 2017.

O designer britânico Thomas Heatherwick, autor da pira dos Jogos Olímpicos de 2012, assinou o projeto que encara a última fase do processo administrativo de aprovação. O início das obras do Garden Bridge, de 367 metros de margem a margem, deve acontecer em 2015.

Duas amplas plataformas de 30 metros de largura ficarão sobre dois grandes pilares no centro do Tâmisa, e serão unidas entre si por passarelas mais estreitas, de seis metros.

Nas ilhas, que ficarão perto da atual ponte de Waterloo, o paisagista inglês Dan Pearson dará forma a um jardim com bancos, árvores e gramado onde londrinos e turistas poderão relaxar.

O ministro da Economia britânico, George Osborne, já comprometeu 30 milhões de libras (R$ 144 milhões) para um projeto que custará um total de 150 milhões de libras (R$ 547 milhões).

O resto do orçamento sairá de investimentos privados que serão administrados pela recém criada fundação Garden Bridge Trust, assim como da contribuição da Transport for London, ente público que administra a mobilidade na capital britânica.

"O projeto está em uma fase crucial, com o lançamento da fundação e a abertura do período de consultas prévio à aprovação, que pode acontecer no início do ano. Achamos que a construção poderá começar em 2015", explicou a Agência Efe um porta-voz da Garden Bridge Trust.

O projeto de Heatherwick foi comparado com os jardins elevados que já existem em metrópoles como Paris e Nova York.

Manhattan inaugurou em 2009 o primeiro trecho da característica High Line, um parque de 1,6 quilômetro construído sobre uma obsoleta linha elevada de ferrovia.

O projeto americano se inspirava em parte em um antecedente francês, o Promenade Plantée de Paris, um parque público cultivado em uma antiga linha de trem que chega a dez metros de altura em alguns trechos, inaugurado em 1993.

A ideia original da ponte verde londrina se deve na verdade à atriz britânica Joanna Lumley, que imaginou um jardim sobre o Tâmisa durante um passeio por uma de suas margens e conseguiu empolgar Heatherwick para dar forma ao projeto.

"Será um pomar sensacional, em todos os sentidos. Um lugar sem ruídos, no qual só se ouvirá o som dos pássaros e das abelhas, do vento entre as árvores", descreveu Lumley.

"Também será um modo seguro e rápido de atravessar o Tâmisa nessa área. Haverá árvores, flores silvestres e plantas, um lugar único em Londres", afirmou a atriz, de 67 anos.

A capital britânica tem hoje 34 pontes que cruzam o Tâmisa em seu curso pela cidade, entre a Hampton Court, no oeste, e a da rainha Elizabeth II, no leste, perto do encontro do rio com o mar.

A nova ponte jardim ficaria entre a de Waterloo, construída em 1945, e o de Blackfriars, que remonta a 1886.

A de Heatherwick seria a mais nova passagem sobre o Tâmisa em Londres depois da Ponte do Milênio, em frente ao museu Tate Modern, inaugurada em 2000 e que permaneceu fechada até 2002 por causa das oscilações que sofria em sua delicada estrutura.

O Garden Bridge uniria a estação de metrô de Temple, na margem norte, abaixo do popular bairro de Covent Garden, com o chamado South Bank, onde ficam, entre outros espaços interessantes, o Teatro Nacional Britânico e a estação de Waterloo. 

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