Tecnologia

Licença médica de Steve Jobs é a terceira em 8 anos

Afastamento de CEO do comando de operações da Apple traz de volta rumores sobre sucessão na companhia

Steve Jobs (Getty Images)

Steve Jobs (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 09h58.

São Paulo – O afastamento de Steve Jobs do comando da Apple anunciado na segunda-feira (17) pegou funcionários, consumidores, jornalistas e o mercado todo de surpresa – papéis da empresa na Alemanha chegaram a despencar 10% durante o dia. Não por ser fato inédito na história recente da companhia, mas justamente pelo contrário: já é a terceira vez desde 2004 que o CEO dá um tempo nas operações da Apple por motivos de saúde, e a cada licença crescem os rumores acerca da aposentadoria do executivo.

Eleito o CEO da década pelo site MarketWatch, ligado ao Wall Street Journal, e pela revista Forbes, Jobs é considerado “insubstituível” até mesmo para Tim Cook, diretor de vendas da Apple que assume as funções do presidente interinamente. Cook, que trabalha há 12 anos na empresa é o mesmo executivo que substituiu Jobs durante sua última licença médica, em 2009. Na ocasião, ao deixar o cargo, o CEO estabeleceu o prazo de seis meses para retornar. No e-mail enviado aos funcionários na segunda-feira, Jobs não disse quanto tempo permanecerá ausente.

A saúde do homem que fundou a Apple ao lado de Steve Wozniak em 1976 começou a inspirar cuidados em 2003, quando descobriu-se um tipo raríssimo de câncer em seu pâncreas. Após ficar nove meses tentando tratar a doença com terapias alternativas, Jobs convenceu-se a realizar uma operação de remoção do tumor em 2004, quando tirou sua primeira licença médica da empresa. Sempre discreto em relação à própria saúde, Jobs retornou às atividades dizendo apenas que estava curado.

Em 2006, entretanto, apareceu em público extremamente magro e abatido, o que levantou especulações sobre um possível retorno do câncer ou complicações da doença que não teriam sido resolvidas. Dois meses depois, a Bloomberg chegou a publicar por engano um obituário pronto de Jobs com espaços em branco no lugar da idade e das causas de sua morte. Vários veículos de todo o mundo replicaram a falsa notícia, aumentando ainda mais os rumores sobre a frágil saúde do CEO da Apple.

No dia cinco de janeiro de 2009, depois de anunciar sua ausência de um evento em que apresentaria as novidades da Apple, Jobs atribuiu a perda de peso a um desequilíbrio hormonal e afirmou que o remédio seria “relativamente simples e direto” e terminou o comunicado em que explicava sua condição com a frase “Disse mais do que queria dizer, e tudo o que gostaria de dizer, sobre isso”. Nove dias depois, porém, o executivo anunciou seu segundo afastamento do comando da Apple, que em 24 horas se converteria em queda de 6% nas ações da companhia.

Retornou à ativa em junho de 2009 depois de passar por um transplante de fígado. A empresa não deu detalhes sobre o motivo da licença na época, mas especialistas diziam que o tipo de câncer que Jobs teve costuma afetar outro órgão, geralmente o fígado. Segundo os médicos, após a operação o prognóstico do paciente era “excelente”. Até o início de 2011, Jobs não falou mais sobre sua saúde, e o comunicado em que anuncia seu novo afastamento também não cita a razão da licença médica.

Trajetória

Embora fosse um dos fundadores da Apple, Jobs foi forçado a deixar a empresa em 1985, após o conselho de administração da companhia considerar que seu estilo personalista e arrogante era o responsável pelas dificuldades que a companhia enfrentava no mercado.

Fora da Apple, Jobs fundou a NeXT Computer, empresa em que criou a base para o sistema operacional Mac OS X. Em 1986, comprou o estúdio de animação Pixar, que pertencia à Lucasfilm, do cineasta George Lucas. Jobs voltou à Apple como consultor, em 1997, quando a empresa vivia uma grave crise financeira e ameaçava ir à falência. O plano de recuperação da Apple contou com uma parceria da hoje rival Microsoft, que investiu 150 milhões de dólares na companhia.

Com o capital da Microsoft e sob orientação de Jobs, a Apple retomou a trajetória ascendente de vendas. A liderança de Steve Jobs é considerada fundamental para a recuperação da companhia, bem como para o desenvolvimento de produtos de grande popularidade, como o iPhone, anunciado em 2007 e o iPad, em 2010. Sua fortuna é estimada hoje em 6,1 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes.

Acompanhe tudo sobre:AppleEmpresáriosEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaPersonalidadesSteve JobsTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes