Paulo Bernardo: custo do projeto, como se sabe, não será suportado integralmente pelo governo (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 18h30.
São Paulo - Aos poucos, informações mais detalhadas do Plano Nacional de Banda Larga 2.0 ou Banda Larga para Todos, como foi chamado na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, começam a vir a público.
Nesta quarta, 12, o ministro Paulo Bernardo revelou que a ideia do Mincom é atender com fibra (FTTx) 45% dos domicílios – algo muito mais realista do que a promessa de campanha, que falava em 90%.
"O preço depende do percentual de domicílios que nós vamos atender a última milha com fibra: 45% dos domicílios com fibra na última milha custa R$ 40 bilhões", disse o ministro.
Bernardo ressalta que a última milha pode ser feita com qualidade a partir de outras tecnologias, como o 4G, por exemplo.
Ele menciona que as operadoras deverão levar o 4G a todas as cidades com mais de 30 mil habitantes até 2015, o que garante boa velocidade na ponta e exclui a necessidade de fazer a última milha com fibra.
O custo do projeto, como se sabe, não será suportado integralmente pelo governo.
Bernardo voltou a mencionar o mecanismo do leilão reverso como forma de viabilizar o projeto.
No leilão reverso, ganha a companhia que utilizar a menor quantidade de recursos públicos.
Mas, para ele, dada a importância do projeto, é provável que ele seja incluído no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
Importante notar que o termo "universalização" usado para falar da banda larga não tem o mesmo peso de quando o termo é usado para a telefonia fixa, que tem metas imputadas às concessionárias.
"Quando a gente fala em universalização não quer dizer que é 100%. Os pesquisadores falam em 80%; nem a TV aberta está em todas as casas", afirma o ministro.
A outra perna do projeto diz respeito ao backhaul, que hoje atinge apenas 47% dos municípios.
O Minicom quer levar o backhaul com fibra a todos os municípios onde isso for viável, o que seria algo em torno de 90% das cidades do país, e aumentar a capacidade quando for o caso.
Nesse caso, o custo é estimado em R$ 10 bilhões. Acontece que essa meta está prevista na revisão do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) que está sendo discutida pela Anatel.
"Acho que deveríamos levar em conta o PGMU; isso teria um impacto positivo no nosso plano. Eu defendo que isso seja integrado porque impacta positivamente no nosso plano", afirma o ministro.