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Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2012 às 18h58.
A IBM, uma das pioneiras na fabricação de computadores pessoais (PCs), anunciou nesta quarta-feira (8/12), a venda de sua divisão de PCs para a companhia chinesa Lenovo. Na operação, os chineses pagarão pelo menos 650 milhões de dólares em dinheiro e mais 600 milhões em ações para a companhia americana. Com isso, a IBM se tornará a segunda maior acionista da Lenovo, com 18,9% do capital da empresa.
A nova empresa, que continuará se chamando Lenovo, nascerá com faturamento aproximado de 13 bilhões de dólares. Pelo acordo, a Lenovo também licenciou, por cinco anos, a marca IBM para que possa comercializar seus produtos com um nome já consolidado no mercado. Segundo Flávio Haddad, diretor da Área de Computação Pessoal da IBM no Brasil, o negócio é justificado pela sinergia dos portfólios de produtos da IBM e da Lenovo.
Ao adquirir a divisão de PCs do grupo americano, os chineses reforçarão sua presença em segmentos nos quais têm dificuldade de atuação. O principal deles é a área de notebooks. Atualmente, esses equipamentos respondem por apenas 14% das vendas da Lenovo. Em contrapartida, os notebooks sustentam 60% dos negócios mundiais da divisão de PCs da IBM. Já os americanos tinham dificuldades em expandir suas operações no segmento de desktops, sobretudo os voltados para small business nicho bem explorado pela Lenovo.
Além dos desembolsos previstos e da transferência de ações, a Lenovo assumirá aproximadamente 500 milhões de dólares em compromissos financeiros firmados pela IBM. O negócio deve ser finalizado no final do segundo trimestre de 2005, após a aprovação dos acionistas da Lenovo e das entidades regulatórias. A divisão de PCs da chinesa IIPC (International Information Products Company), que pertence à IBM e à Great Wall, também irá para as mãos da Lenovo - com exceção da produção de servidores eServer xSeries.
Reflexos no Brasil
No Brasil, a transferência da divisão de PCs para a Lenovo será comandada por Haddad. Quando consolidada, o executivo se tornará o diretor-geral das operações da Lenovo no país, contando ainda com a equipe que comanda atualmente a divisão da IBM no Brasil.
Segundo Haddad, inicialmente, a Lenovo do Brasil continuará importando seus PCs da empresa americana Solectron, já que a companhia chinesa não possui nenhuma unidade fabril fora de seu país de origem. Outra iniciativa será importar equipamentos da Lenovo que não são encontrados atualmente no mercado nacional. "Adicionaremos novos produtos ao portfólio", afirma.