Tecnologia

Lenovo anuncia smartphone com 12 GB de RAM e tela deslizante

Aparelho é mais um que deixa o famigerado "notch" de lado, indicando uma tendência que as fabricantes devem abraçar em 2019

Só tela: sem um "notch", display do Z5 Pro GT ocupa mais de 95% da frente do aparelho, segundo a empresa (Lenovo/Divulgação)

Só tela: sem um "notch", display do Z5 Pro GT ocupa mais de 95% da frente do aparelho, segundo a empresa (Lenovo/Divulgação)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 16h14.

Última atualização em 18 de dezembro de 2018 às 18h30.

São Paulo — A chinesa Lenovo mostrou nesta terça-feira (18) que, pelo jeito, 10 GB de memória RAM não são o limite para um smartphone. Em um evento realizado em Pequim, na China, a empresa revelou seu novo modelo Z5 Pro GT, que carrega 12 GB de RAM — que o colocam no topo da lista de celulares com mais memória no mercado. O aparelho também é mais um a ter tela deslizante, uma das soluções que as fabricantes de celular têm adotado para não ter que recorrer ao famigerado entalhe (o "notch") no alto dos displays.

O aparelho da Lenovo também é o segundo modelo anunciado no mundo que virá equipado com o novo Snapdragon 855 da Qualcomm — o primeiro revelado é um smartphone ainda sem nome da OnePlus. Além de ser mais potente do que o atual 845, o chip dá aos aparelhos suporte a redes 5G. Não ficou claro, no entanto, se esse será o caso do novo celular. O modelo terá ainda 512 GB de armazenamento, câmera dupla na traseira (16 e 24 MP), entrada de fone de ouvido e bateria de 3350 mAh.

Fora a quantidade enorme de memória RAM e o processador, o aspecto mais curioso do dispositivo é a tela deslizante de 6,39 polegadas e resolução Full HD+. A tecnologia é similar à usada no Find X, da também chinesa Oppo, e no Mi Mix 3, da Xiaomi: a câmera frontal fica escondida atrás do display, que desliza sempre que ela precisa ser usada — seja para tirar uma foto ou para desbloquear o aparelho por reconhecimento facial. Não há nenhuma interferência visual sobre a tela, que parece ser "mais infinita" e ocupa cerca de 95% da frente do aparelho, de acordo com as contas da fabricante.

O fim dos "notches"?

Mesmo que seja um tanto quanto complexa (é uma solução que interfere na mecânica do aparelho, afinal), a ideia é uma alternativa interessante para o questionável "notch". O entalhe nas telas foi popularizado em 2017 pelo iPhone X e adotado em massa pelas fabricantes de aparelhos com Android neste ano. A própria Lenovo recorreu a um em seu modelo Z5, assim como fizeram Motorola (com o One), Asus (com o Zenfone 5), LG (com o G7 e o V40) e tantas outras fabricantes chinesas.

 

Algumas empresas, como Oppo e Xiaomi, já testaram um entalhe menor, em forma de gota. Mas das grandes empresas do setor, apenas a Samsung se manteve longe dessa tendência. Só que a empresa sul-coreana está tentando lançar uma própria neste final de 2018: a do "furo" na tela. A solução Inifnity-O é usada no recém-anunciado Galaxy A8s e consiste em basicamente incluir um pequeno orifício no canto do display, onde fica a câmera frontal.

Não ficou claro se outros aparelhos da empresa, como o futuro Galaxy S10, terão um visual parecido. Mas a chinesa Huawei — ainda que não por influência da Samsung — fez algo similar no Nova 4, revelado nesta semana, e incluiu um sensor de 24 megapixels no "buraco".

Fabricantes, como a Asus, já disseram em conversas com jornalistas que o "notch" é só uma questão de limitação técnica. As empresas o adotaram massivamente porque não sabiam como contorná-lo. Pelos avanços mostrados nestes aparelhos recentes, essa história deve mudar em 2019, que é quando chegam ao mercado os três novos aparelhos.

O Samsung Galaxy A8s ainda não tem preço definido, mas o Huawei Nova 4 custará a partir de 490 dólares e o Z5 Pro GT com 12 GB de RAM sairá por 650 dólares. Ainda não há previsão de chegada de nenhum dos modelos ao Brasil.

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