Microfone: conjunto será colocado em estádio de futebol para captar diferentes sons que depois são tratados por dispositivo informático capaz de separar esses sons e sincronizá-los com imagem (AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2014 às 16h37.
Imagine um microfone capaz de captar a voz de um cantor a 20 metros de distância, sem os ruídos que o cercam, assim como o zoom de uma câmera que registra seu rosto. Esta maravilha já existe.
A gigante japonesa de telecomunicações NTT apresentou uma nova tecnologia de micro-zoom muito seletivo que, segundo a empresa, vai revolucionar a percepção sonora em apresentações musicais e esportivas e, inclusive, a relação com os sons da vida diária.
Há tempos existem tecnologias profissionais de captação de sons distantes, mas a NTT garante que seu microfone vai selecionar e perceber muito claramente, a 20 metros de distância, vários sons e fragmentá-los em função do que as pessoas quiserem ouvir.
A empresa citou como exemplo a possibilidade de distinguir em um jogo de futebol o que os jogadores falam em campo ou o que o árbitro diz.
Para permitir a captação de sons emitidos em um ponto distante preciso, coloca-se uma pequena antena parabólica na parte traseira de um conjunto de 8 microfones que concentra os sinais recebidos. A NTT previu um sistema que reúne 12 conjuntos deste tipo, ou seja, 96 microfones no total.
Este conjunto será colocado atrás de um alvo de um estádio de futebol para captar os diferentes sons que depois são tratados por um dispositivo informático capaz de separar esses sons e sincronizá-los com a imagem.
Assim, quando for exibido na televisão um plano aberto do árbitro punindo um jogador, o som o "seguirá".
A vantagem é que o conjunto de microfones está fixo, mas permite navegar em diferentes pontos do entorno sonoro coberto.
A NTT pretende fazer com que esta tecnologia possa ser usada, por exemplo, nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
Uma variação em miniatura de um dispositivo deste tipo (com apenas três microfones) poderia ser usada na vida cotidiana, quando se trata de isolar uma fonte sonora (a voz do piloto de um avião na cabine, a de um motorista que fala com as mãos livres, etc.) em um meio barulhento, sem a necessidade de fixar um microfone em cada um.