Coreia do Norte (Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de janeiro de 2015 às 09h56.
Em seu primeiro discurso de 2015, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, indicou que estaria disposto a realizar um encontro com a presidente da Coreia do Sul, no que seria uma tentativa de forçar Seul a fazer concessões e avançar nas relações diplomáticas entre os países.
Kim, no entanto, afirmou que tal cenário dependeria "do humor e das circunstâncias". O possível encontro com a presidente Park Geun-hye seria o primeiro contato direto entre líderes das nações desde que o pai de Kim, Kim Jong Il, participou de reunião com o presidente da Coreia do Sul, Roh Moo-hyun, em Pyongyang em outubro de 2007. Desde que assumiu o comando do país em 2011, Kim não se encontrou com nenhum chefe de Estado.
No entanto, em seu discurso de 30 minutos na TV estatal, o líder norte-coreano não deu sinais de que está disposto a reduzir sua postura beligerante em relação ao país vizinho. Pelo contrário, Kim afirmou que pretende priorizar sua força militar e o desenvolvimento de armas nucleares.
A proposta de Kim de reforçar diálogos com Seul parece estar condicionada à demandas frequentes de Pyongyang, como reduzir o criticismo da mídia sul-coreana ao regime do país vizinho e calar ativistas contrários ao governo da Coreia do Norte. Kim também pediu por um fim dos exercícios militares anuais entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos. "No clima de tensão de tais exercícios preparatórios para a guerra, as relações entre Norte e Sul não podem avançar", disse.
O ministro sul-coreano para a reunificação, Ryoo Kihl-jae, pediu para que Pyongyang aceite a proposta de realizar um encontro entre autoridades dos países em janeiro, para discutir questões necessárias à unificação.
"O governo mantém que o Sul e o Norte devem continuar o diálogo e a cooperação para a reunificação pacífica da península da Coreia e o desenvolvimento de relações entre as Coreias", afirmou. Em outra declaração, Ryoo descreveu o discurso de Kim como "significativo" e enfatizou a necessidade de maior diálogo entre as duas nações.
Em outubro, militares dos países realizaram um encontro para negociação, mas nenhum acordo foi firmado. Planos para que membros do alto escalão dos governos se encontrassem foram suspensos no mesmo mês, após trocas de tiros entre soldados na fronteira.
A líder da Coreia do Sul também se referiu à reconciliação em sua mensagem de Ano Novo, pedindo pelo "fim de 70 anos de divisão e conflito". Park se diz disposta a encontrar Kim, mas pede que a Coreia do Norte tome passos para frear o seu programa nuclear. Imagens recentes de satélites indicam que o regime de Kim retomou operações na usina nuclear ao norte de Pyongyang, possivelmente para a criação de novas armas nucleares. Fonte: Dow Jones Newswires.