Netflix: o aumento de preços promovido pela companhia contribuiu para que sua ação caísse 76 por cento entre o início de julho e o fim de outubro de 2011 (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 08h37.
Um processo de acionistas acusando a companhia norte-americana dominante no mercado de aluguel e transmissão de vídeo Netflix de inflar o preço de sua ação ao esconder seus crescentes custos --mesmo com acionistas internos à empresa, como o presidente-executivo, Reed Hastins, vendendo milhões de dólares em papéis-- foi descartado nesta quinta-feira.
O juiz distrital dos Estados Unidos Samuel Conti disse nesta quarta-feira que os queixosos não foram capazes de demonstrar que a Netflix enganou-os materialmente sobre sua contabilidade, suas tendências de preço, a relativa lucratividade de suas operações com transmissão de vídeo e DVDs, e suas negociações com reguladores financeiros norte-americanos.
Ele também disse que Hastings não enganou materialmente investidores numa teleconferência em 8 de dezembro de 2010, quando disse que a Netflix seria beneficiado por um "círculo virtuoso" onde poderia crescer em termos de assinantes e conteúdo, ao mesmo tempo reduzindo seus custos de DVD-por-correio.
A ação da Netflix caiu 76 por cento entre o início de julho e o fim de outubro de 2011, de 304,79 dólares para 74,25 dólares, já que a companhia aumentou preços, perdeu assinantes e estabeleceu planos --que logo abandonou-- de desmembrar suas operações de DVDs.
A maior parte do declínio derivou de uma decisão de dar fim a um plano de preços que permite que assinantes acessem transmissões de filmes e recebam DVDs por 9,99 dólares por mês, oferecendo em vez disso planos separados para cada um dos segmentos por apenas 7,99 dólares por mês cada.
A alta de 60 por cento nos preços de ambos os serviços contribuiu para uma perda de 800 mil clientes nos EUA no terceiro trimestre de 2011, dizem analistas da indústria.