Colheita da Mudança: projeto usa a tecnologia para que o leitor visite uma fazenda centenária (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 14h10.
São Paulo - Já imaginou poder visitar virtualmente a fazenda onde os crimes relatados no clássico do jornalismo literário "A Sangue Frio", de Truman Capote, aconteceram? Ou talvez andar no Estádio Azteca, palco da final da Copa do Mundo de 70 e 86, sem sair de casa?
"Caminhar" pela notícia não é mais sonho, já virou realidade.
O jornal The Des Moines Register, do estado americano do Iowa e pertencente ao grupo Gannett, resolveu utilizar a realidade virtual para noticiar as mudanças rurais ocorridas nas fazendas locais.
O projeto, intitulado Colheita da Mudança, usa a tecnologia contemporânea para dar ao leitor a possibilidade de visitar uma fazenda centenária do estado e entender como fazendeiros americanos têm enfrentado os desafios dos novos tempos.
O projeto é ideal para ser visto com o uso do Oculus Rift, mas é possível fazer uma "visita" por meio de PC e Mac.
Segundo Anthony DeBarros, diretor de aplicações digitais do grupo Gannett, o projeto foi relativamente barato. Dois estagiários fizeram a maior parte da renderização virtual.
Enquanto caminha pela fazenda, o leitor esbarra com infográficos, fotos e trechos de vídeo que informam sobre o assunto. Segundo Mashable, a novidade pode ser definida como um artigo de jornal combinado com vídeogame.
A ideia de usar a realidade virtual para o jornalismo não é totalmente nova. O Immersive Journalism (ou Jornalismo Imersivo), por exemplo, procura fazer as pessoas se sentirem como se estivessem no meio de situações de notícias por meio de realidade virtual e ambientes 3D.
É interessante pensar como as marcas se comportarão se a realidade virtual nas notícias virar moda.
Imagine, por exemplo, se você pudesse fazer uma visita ao set de um filme e, ao mesmo tempo e de maneira interativa por meio da realidade virtual, conseguisse comprar objetos de cena ou marcas do longa.
Aliás, vale lembrar que o Facebook comprou a empresa responsável pela criação do Oculus Rift, a Oculus VR, por US$ 2 bilhões. Algumas marcas já começam a utilizar a novidade em projetos próprios, vide o que fez O Boticário recentemente (aqui).
Outras marcas, como a Coca-Cola (aqui), também já começam a dar seus primeiros passos neste campo.
Para as marcas, uma das grandes vantagens é proporcionar algum tipo de experiência ao usuário e, assim, entretê-lo. Mas é claro que a realidade virtual tanto para o jornalismo quanto para as marcas ainda é algo incipiente. É esperar para ver.
Visite o projeto do The Des Moines Register aqui.