Tecnologia

Jogos móveis podem tornar pessoas melhores, diz pesquisadora

Autora de best seller no ranking do jornal The New York Times, Jane McGonigal afirma que há 1 bilhão de gamers no mundo, incluindo todos os tipos de plataforma


	Isso leva a um futuro no qual toda a humanidade estará rendida aos jogos eletrônicos, "especialmente os móveis"
 (Getty Images / Allison Shelley)

Isso leva a um futuro no qual toda a humanidade estará rendida aos jogos eletrônicos, "especialmente os móveis" (Getty Images / Allison Shelley)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2013 às 16h41.

Há algum tempo a indústria de videogames vem se mostrando uma das mais lucrativas do entretenimento mundial, e os números ajudam a comprovar isso.

Autora de um livro best seller no ranking do jornal The New York Times, Jane McGonigal afirma que há 1 bilhão de gamers no mundo, incluindo todos os tipos de plataforma. Somente na América Latina, seriam 35 milhões, região onde o mercado quase triplicou nos últimos anos. E isso pode ter um efeito positivo na sociedade, especialmente em relação a jogos casuais, afirmou a pesquisadora durante a conferência Be Mobile da BlackBerry nesta semana, em Miami.

Apesar de smartphones e tablets estarem cada vez mais potentes, deixando no passado o aspecto rudimentar dos jogos para dispositivos móveis, o perfil casual da plataforma ainda é imperativo. Jane explica que "são 300 milhões de minutos por dia gastos pela população mundial jogando Angry Birds. Ou seja: 400 mil anos a cada 24 horas".

E o fenômeno, diz a especialista, não se restringe a homens: mulheres jogam cada vez mais, apesar de muitas rejeitarem o rótulo. "Elas não consideram jogos sociais e móveis como videogames e existe um preconceito social também", diz. Para ela, uma solução seria simplesmente adotar outro termo que não "gamer" para designar os usuários. Independentemente disso, ela garante: "mulheres gastam muito tempo (com jogos), elas apenas não falam disso".

Mas o fenômeno vai além. "Sabemos também que estamos começando a jogar cada vez mais cedo: 92% das crianças de dois anos já estão jogando algo", diz ela, citando exemplos de aplicativos didáticos para tablets.

Isso leva a um futuro no qual toda a humanidade estará rendida aos jogos eletrônicos, "especialmente os móveis". "É inevitável, em breve seremos todos gamers, estamos chegando a um futuro de quase 100% (da população)".

A autora do livro "Reality is broken" explica que isso traz efeitos positivos, como o subtítulo da obra declara: "por que jogos fazem a gente melhor e como podem mudar o mundo". Ela se baseia em conceitos que chama de "emoções positivas" na experiência do usuário, mostrando artigos publicados na revista científica Nature com casos que mostram que hospitais colocam jogos móveis para pacientes diminuírem o estresse. Os games em smartphones e tablets também ajudam soldados em campos de batalha a prevenir o estresse pós-traumático da guerra.

Outros resultados podem surpreender ainda mais. Crianças que passam mais tempo jogando possuem 30% mais resultados positivos em um teste de criatividade do que as que não jogam. "Mesmo incluindo os jogos violentos, isso melhora a criatividade", explica a autora. Outro estudo aponta que a maioria dos pacientes com transtorno de déficit de atenção tem o sintoma amenizado ao jogar videogame, assim como gamers autistas têm inteligência maior.

Jane McGonigal chega a apresentar resultados preliminares de uma pesquisa em andamento que mostram que testes em laboratório têm mostrado que os jogos eletrônicos possuem mais efeitos benéficos do que drogas e remédios para ansiedade e depressão. "É a mesma parte do cérebro afetada com drogas, mas nós vemos ela ser ativada, o que significa que está tentando focar em algo, em aprender", explica.

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