Tecnologia

Jogo de US$ 1 bi mostra caçada por sucessos móveis

No ano passado, o CrossFire arrecadou US$ 957 milhões, tornando-se o jogo grátis mais rentável do mundo

CrossFire, jogo desenvolvido pela SmileGate e distribuído da Tencent, em um iPhone 5c (Brent Lewin/Bloomberg)

CrossFire, jogo desenvolvido pela SmileGate e distribuído da Tencent, em um iPhone 5c (Brent Lewin/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 23h54.

Hong Kong - A Tencent Holdings quer conquistar meio bilhão de smartphones chineses. O jogo on-line CrossFire mostra como a empresa planeja fazer isso.

Sem títulos locais suficientes para satisfazer o apetite dos jogadores chineses, a Tencent importou o jogo de combate da Coreia do Sul em 2008.

No ano passado, o CrossFire arrecadou US$ 957 milhões, tornando-se o jogo grátis mais rentável do mundo, segundo a SuperData Research.

Este é um de vários jogos produzidos no exterior, lista que inclui League of Legends e Dungeon Fighter Online e que ajudou a transformar a Tencent na maior empresa de internet da Ásia.

Agora, à medida que os jogadores da China migram para plataformas móveis, a Tencent está procurando em toda parte, dos EUA ao Japão, conteúdos que possam ampliar a vantagem em relação a rivais como a Alibaba Group Holding e a Baidu.

Nos últimos meses, a Tencent fechou um acordo para comprar uma participação de US$ 500 milhões na produtora de jogos mobile CJ Games, com sede em Seul, e adquiriu direitos exclusivos para a versão chinesa do Candy Crush Saga, da King Digital Entertainment, de Dublin.

“O mercado maduro de jogos e as similaridades nos hábitos dos consumidores tornam a Coreia o lugar ideal para procurar jogos para aparelhos móveis”, disse John Choi, analista da Daiwa Securities Group em Hong Kong, que recomenda a compra das ações da Tencent.

“É uma escolha bastante lógica e óbvia se a Tencent procura uma aquisição em conteúdo”.

Desaceleração do crescimento

A Tencent, que tem sede em Shenzhen, deve a maior parte do crescimento de 60 vezes das vendas anuais ao longo da última década a jogos distribuídos por meio de serviços baseados em computadores pessoais, como a plataforma de mensagens instantâneas QQ.

Os jogos responderam por pouco mais da metade da receita de 60,4 bilhões de yuans da empresa no ano passado, ajudando a solidificar o status do fundador Ma Huateng de homem mais rico da China, segundo o índice Bloomberg Billionaire.

Esse crescimento tem desacelerado à medida que mais pessoas trocam seus PCs por smartphones. O lucro da Tencent com jogos subiu 34 por cento no ano passado, contra uma média de 80 por cento durante os quatro anos anteriores.

A Tencent enfrenta uma nova concorrência do mercado móvel. Em janeiro, a Alibaba, empresa de comércio eletrônico com sede na China, anunciou planos de oferecer jogos por meio de seus aplicativos Mobile Taobao e Laiwang.

Parcerias entre a Tencent e desenvolvedores coreanos produziram dois dos três principais jogos grátis do mundo no ano passado, segundo uma pesquisa anual da SuperData.

O CrossFire, criado pela SmileGate Holdings, da cidade de Seongnam, liderou a lista, enquanto o Dungeon Fighter Online - desenvolvido pela Neople, uma unidade sul-coreana da produtora japonesa de jogos Nexon - ficou em terceiro com US$ 426 milhões.

O segundo lugar é do jogo League of Legends, desenvolvido pela Riot Games Inc., subsidiária da Tencent nos EUA, que arrecadou US$ 624 milhões.

As aquisições beneficiaram tanto os produtores coreanos quanto a Tencent, já que a empresa possibilita o acesso à enorme audiência de internet da China.

“A China é um mercado extremamente grande para nós”, disse o CEO da SmileGate Worldwide, Jay Byun, em entrevista concedida no mês passado, acrescentando que a China representou 90 por cento da receita da empresa.

“O principal fator do nosso grande sucesso na China é que nós temos atendido continuamente as necessidades dos usuários chineses de forma rápida e oportuna”.

A Tencent desenvolveu cinco jogos mobile nos três primeiros meses de um total de 13 para o ano, disse Mitchell durante a conferência de lucros, em 14 de maio.

Os jogos atraíram 120 milhões de usuários ativos diários e arrecadaram 1,8 bilhão de yuans, três vezes mais que no ano passado.

“Acreditamos que somos realmente muito bons desenvolvedores de jogos para smartphone”, disse Mitchell. “Temos alguns dos maiores e melhores jogos não apenas na China, mas globalmente e, consequentemente, nesses jogos a margem é substancialmente maior”.

Acompanhe tudo sobre:AppsGamesIndústria eletroeletrônicaSmartphones

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes