Parque Aeroporto Schiphol (Divulgação/Schiphol Group)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2015 às 08h12.
Para reduzir o ruído ao redor do Aeroporto de Schiphol, na Holanda, arquitetos, engenheiros e designers construíram uma paisagem labiríntica de 810 000 metros quadrados formada por cumes em diferentes níveis. O projeto foi bem sucedido. O chamado Buitenschot Land Art Park foi concluído em outubro de 2013 e, segundo o Smithsonian, a poluição sonora na região caiu pela metade. Em todos os 35 pontos monitorados, o ruído estava abaixo dos níveis recomendados.
O Schiphol fica bem ao sul de Amsterdã e é um dos aeroportos mais movimentados do mundo. Mais de 1 600 voos chegam e partem a cada dia. Moradores da região começaram a reclamar do barulho em 2003, quando uma nova e longa plataforma foi construída. O barulho, diziam, podia ser ouvido a quase 30 quilômetros de distância.
Em 2008, administradores do próprio Aeroporto promoveram uma pesquisa científica para amenizar o problema. Os pesquisadores descobriram que o barulho diminuía em épocas em que os agricultores nas proximidades aravam seus campos, porque os sulcos na terra absorviam o som.
Para desenhar o parque, o artista holandês Paul de Kort se inspirou na obra geométrica de um alemão do século 18. Em 1787, o físico e músico Ernst Chladni havia demonstrado a relação entro o ruído e a geometria a partir de um estudo hoje conhecido como Figuras Sonoras de Chladni. De Kort usou o GPS para arar 150 sulcos perfeitamente retos e simétricos com extremidades de cerca de 1,80 metro de altura entre eles. Entre um vale e outro, o holandês construiu miniparques e ciclovias.
Um estudo da Nasa sobre o Parque Buitenschot afirma que o controle de ruídos em aeroportos é importante pois tentar solucionar o problema em apenas um nível, como reduzir o número de voos, pode ter impactos econômicos negativos. "Planos de gestão de ruídos têm o potencial de atrapalhar gravemente o comércio interestadual, ou internacional, e exercer forte pressão negativa na indústria da aviação", diz o estudo.
De cima, a paisagem forma um desenho geométrico, mas é o resultado no solo que pode inspirar outros aeroportos a construírem os seus próprios.
Fonte: Smithsonian