O iWatch na visão do designer Anders Kjellberg: o relógio da Apple poderá monitorar saúde e exercícios físicos (Anders Kjellberg)
Maurício Grego
Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 09h54.
São Paulo -- O iWatch, projeto de relógio inteligente da Apple que, segundo relatos, já emprega mais de cem pessoas, parece estar entrando numa nova fase. Há boas chances de que o relógio seja lançado no segundo semestre, junto com o novo app de saúde e condicionamento físico Healthbook.
A Apple não fala sobre produtos futuros, mas informações sobre o iWatch têm vazado. Além disso, pode-se imaginar o que acontece nos laboratórios secretos de Cupertino (onde fica a sede da Apple) com base nos profissionais que a empresa contrata.
Nos últimos meses, a Apple recrutou especialistas em saúde e condicionamento físico para trabalhar no iWatch e nos apps que vão interagir com ele, relata o site MobiHealthNews.
Um deles é Michael O’Reilly, ex-diretor médico da Masimo, empresa especializada em aparelhos para avaliações de saúde. A Masimo fabrica um pulso-oxímetro dirigido a pilotos de avião, paraquedistas, escaladores e atletas.
O dispositivo interage com o iPhone, informando a concentração de oxigênio no sangue e a pulsação. É possível que o iWatch inclua funções desse tipo. Como outros relógios inteligentes, o iWatch, espera-se, deverá funcionar como uma extensão do smartphone, interagindo com ele via Bluetooth.
Poderá monitorar a pulsação e os movimentos do usuário durante os exercícios físicos, como fazem pulseirinhas inteligentes no estilo da Nike Fuelband. Avaliando o fluxo sanguíneo, o relógio poderá até alertar o usuário sobre o risco de um ataque cardíaco iminente.
O MobiHealthNews lista outros cinco profissionais de saúde de alto nível contratados pela Apple para trabalhar no iWatch. Um deles, Jay Blahnik, atuou no desenvolvimento da Nike Fuelband.
A Apple também contratou o brasileiro Marcelo Lamego, que foi diretor de tecnologia da Cercacor, outra empresa especializada em sensores que medem pulsação, nível de hemoglobina e outros parâmetros corporais.
Recentemente, um anúncio buscando um especialista em fisiologia do exercício apareceu no site da Apple, como notou o noticiário Mashable. O anúncio não está mais no site, o que sugere que a vaga foi preenchida.
No final de janeiro, circulou a informação de que o iOS 8, próxima versão do sistema móvel da Apple, vai incluir um aplicativo de saúde, o Healthbook.
Pelo que se sabe, o Healthbook vai monitorar a saúde e os exercícios da pessoa e manter registros de atividades. Também poderá alertar quando chegar a hora de tomar um medicamento ou uma vacina, por exemplo.
Segundo New York Times, altos executivos da Apple se encontraram com diretores da Food and Drug Administration (FDA), a agência do governo americano que controla produtos de saúde.
A razão seria discutir possíveis restrições e regulamentos para dispositivos de saúde pessoal. O Times nota que a FDA já fez outras reuniões desse tipo com o Google e com empresas especializadas na área.
O que se pode concluir de tudo isso? Não há muitas dúvidas de que o iWatch está mesmo sendo desenvolvido. Há boas chances de que seja lançado até o final do ano. E parece que vai ter ênfase em funções de saúde e condicionamento físico.
De acordo com a consultoria Canalys, no segundo semestre do ano passado foram vendidos 1,6 milhão de relógios inteligentes e pulseiras conectadas. Neste ano, as vendas devem ser de 8 milhões de unidades, um crescimento explosivo.
A Canalys diz que, em 2017, os consumidores vão comprar 45 milhões de relógios conectados no mundo. Até lá, os fabricantes atuais como Sony, Samsung e Pebble terão de enfrentar novos concorrentes, e a Apple deve ser um deles.
Este vídeo de 10 segundos, feito pelo designer Todd Hamilton, mostra como pode ficar o iWatch se a Apple adotar um desenho similar ao das pulseiras para condicionamento físico:
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