A aeronave elétrica "Sora-e", da Itaipu Binacional, que fez um voo tripulado (Reprodução/itaipu.gov.br)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2015 às 21h12.
Assunção - A usina de Itaipu realizou nesta terça-feira, na cidade de Hernandarias, no leste do Paraguai, um teste com a aeronave "Sora-e", apresentada como "o primeiro avião elétrico tripulado da América do Sul".
Com lugar para o piloto e um acompanhante, o avião é movido exclusivamente com baterias que fornecem energia elétrica e possui autonomia de uma hora e meia de voo, indicou Itaipu em nota.
A aeronave, que tem oito metros de comprimento e pesa 650 quilos, é feita de fibra de carbono e pode alcançar uma velocidade de cruzeiro de 190 km/h, com um máximo de 340 km/h.
"Para Itaipu é um avanço enorme. Estamos sempre pesquisando e tentando desenvolver veículos elétricos que tenham uma autonomia maior", afirmou Salim Morínigo, engenheiro do setor de Mobilidade Sustentável de Itaipu.
A empresa investiu US$ 90 mil no desenvolvimento do protótipo, custo muito inferior ao preço de venda das aeronaves semelhantes, que custam cerca de US$ 900 mil.
O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, afirmou que o avião reforça o compromisso do Paraguai e do Brasil no desenvolvimento de tecnologias limpas, sem impacto no meio ambiente.
"Itaipu já é referência na área de mobilidade elétrica sustentável com carros, ônibus e sistemas inteligentes para monitoração. Agora também se torna referência no setor aeronáutico", destacou.
O avião "Sora-e" foi desenvolvido graças a um convênio entre a empresa de aviação ACS, vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, e Itaipu, que trabalham em conjunto em um Programa de Veículo Elétrico (VE).
Itaipu é a segunda maior hidrelétrica do mundo com uma potência instalada de 14.000 megawatts, da que o Paraguai só aproveita 10% apesar ter direito à metade. O restante é vendido ao Brasil.