Tecnologia

Israel se concentra na defesa de fronteiras no ciberespaço

O último projeto de "cibersegurança" acaba de ser anunciado pelo Escritório Nacional Cibernética de Israel (INCB, na sigla em inglês)


	Teclado de computador: ataques, muitos vindos do mundo árabe, bloquearam durante horas a informação de ministérios
 (AFP)

Teclado de computador: ataques, muitos vindos do mundo árabe, bloquearam durante horas a informação de ministérios (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2012 às 12h19.

Jerusalém - Israel se centrou na defesa de suas fronteiras no ciberespaço com projetos de uso duplo, civil e militar, que procuram envolver acadêmicos, empresários e gênios da informática.

O último projeto de "cibersegurança" acaba de ser anunciado pelo Escritório Nacional Cibernética de Israel (INCB, na sigla em inglês) e pelo Ministério da Defesa, que convocaram os interessados a oferecer suas ideias.

"O programa tem o objetivo de fortalecer e fomentar as capacidades de Israel no ciberespaço, transformar Israel em um país de ponta na cibertecnologia e, portanto, servir como novo motor de desenvolvimento para a economia nacional", segundo um comunicado do Escritório do primeiro-ministro israelense.

Com um financiamento inicial de dez milhões de shekels (US$ 2,58 milhões), o programa MASSAD é aberto para especialistas em informática, empresas do setor, acadêmicos e todo aquele que tenha estabelecido uma empresa emergente relevante.

"O plano MASSAD quer servir de enlace entre os vetores do conhecimento tecnológico, empresas e universidades para fomentar projetos que abordem as necessidades de segurança civis e nacionais", explicou no comunicado Ophir Shoham, chefe da Direção de P&D do Ministério da Defesa.

O projeto se soma a outros de promoção oficial que já estão em fase de aplicação, entre eles um destinado exclusivamente a círculos universitários e que conta com uma verba de 50 milhões de shekels (US$ 12,88 milhões) durante os próximos três anos.

Outro tenta encorajar a indústria da segurança cibernética, campo no qual há anos empresas privadas israelenses como a Check Point e a Comsign se destacaram em nível mundial.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, revelou em outubro a existência de um novo projeto para proteger o país do "ciberterrorismo", que nos últimos anos paralisou os servidores oficiais em várias ocasiões.


Os ataques, muitos vindos do mundo árabe, bloquearam durante horas a informação de ministérios, Exército e até dos serviços secretos, deixando a descoberto a vulnerabilidade de Israel frente a inimigos invisíveis que atuam na rede.

As "fronteiras cibernéticas" israelenses estão sob a custódia da famosa Unidade 8200 de Inteligência Militar, à qual meios de imprensa especializados atribuem a implantação em 2010 do "worm" Stuxnet nos computadores do programa nuclear do Irã.

Esse organismo receberá nos próximos anos um orçamento adicional de 2 bilhões de shekels (US$ 515 milhões) para fortalecer sua presença na internet, segundo uma decisão do Estado-Maior.

"O Exército entendeu já há algum tempo que as guerras do futuro serão travadas não somente no campo de batalha, mas nos espaços da rede", declarou o jornal "Yedioth Ahronoth" ao dar conta da notícia.

O orçamento servirá para ampliar consideravelmente os recursos humanos que vigiam o - sempre em expansão - ciberespaço, complexa missão para a qual o Exército procura com lupa os talentos do futuro em informática.

Gênios que ainda estão nas escolas, onde a Inteligência Militar concorre com outros corpos e forças do Exército que, por enquanto, cativam mais os futuros recrutas, em particular os de elite e da Força Aérea.

"Estamos frente a desafios muito grandes na guerra cibernética e lutamos por cada soldado que tenha as qualidades apropriadas", disse um alto comando do Departamento de Recursos Humanos do Exército.

Perante a prevista escassez em Israel de jovens suficientemente qualificados, o Exército começou também a estudar a possibilidade de buscar fora de suas fronteiras e oferecerá a jovens judeus que vivem na diáspora - principalmente Europa e EUA - que cumpram o processo de emigração para prestar serviço em um "projeto sionista nacional".

A legislação israelense oferece a nacionalização automática a qualquer pessoa com pelo menos um avô judeu, requisito que no entanto não será suficiente para passar pelos severos controles de habilitação de segurança, indispensáveis para ter acesso à Inteligência Militar.

Outra medida introduzida no plano militar é a criação este ano pelo Corpo de Telecomunicações, Processamento e Sistemas Informáticos (C4I) de uma unidade especializada para proteger os sistemas de comunicação do Exército e evitar qualquer intromissão não desejada a partir da internet. 

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