Ramin Mehmanparast: "jogar com as novas tecnologias em assuntos políticos é uma das novas medidas dos inimigos (o Ocidente e seus aliados) contra o Irã" (Ladsgroup/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2012 às 10h22.
Teerã - O Irã ameaçou nesta quita-feira adotar medidas legais contra o Google se o buscador omitir em seus mapas e serviços geográficos o nome Golfe Pérsico, informou nesta quinta-feira a televisão oficial em inglês, "PressTV".
O Irã está realizando uma intensa campanha contra "denominações alternativas" e que omitem chamar de Pérsico o golfo que o país forma com o Iraque e a península Arábica.
Alguns países árabes chamam o acidente geográfico de golfo Arábico ou simplesmente Golfo, o que o Irã considera uma forma de desconsiderar seus direitos históricos e políticos na região.
"Jogar com as novas tecnologias em assuntos políticos é uma das novas medidas dos inimigos (o Ocidente e seus aliados) contra o Irã, e neste sentido utilizam o Google como um brinquedo", disse nesta quinta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.
O funcionário afirmou que o Google poderia sofrer "graves danos" e enfrentar "ações legais" se não usar a designação Golfo Pérsico. Para o porta-voz, fazer isso é "jogar com os sentimentos e as realidades da nação iraniana".
Recentemente, o Google eliminou de seus mapas a denominação Golfo Pérsico e essa parte do globo aparecia sem nome. Na mesma região, no entanto, as designações Mar Vermelho, Golfo de Áden, Mar Arábico e Golfo de Omã continuam aparecendo.
As autoridades iranianas mantém bloqueados um grande números de páginas da internet, entre elas jornais estrangeiros e grupos sociais e políticos do país e internacionais. Além disso, as redes sociais estão proibidas pois o governo do país considera que elas atacam a moral da República Islâmica.
O Irã anunciou que está preparando a construção de uma rede de informática própria, com servidores nacionais, para garantir a segurança de suas instituições oficiais e entidades privadas de interesse público, como os bancos, embora assegurou que os usuários também poderão ter acesso à rede mundial.