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Internet volta a cair na Coreia do Norte

A Coreia do Norte ficou sem internet pelo segundo dia consecutivo, de acordo com grupo de especialistas americanos


	Líder norte-coreano Kim Jong-un: causas precisas da falha são ainda desconhecidas
 (Jason Lee/Reuters)

Líder norte-coreano Kim Jong-un: causas precisas da falha são ainda desconhecidas (Jason Lee/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 16h53.

Washington - A internet voltou a cair na Coreia do Norte pelo segundo dia consecutivo, nesta terça-feira, de acordo com um grupo de especialistas americanos que monitoram os esforços de Pyongyang de voltar a ficar on-line.

O grupo Dyn Research informou que as quatro redes de internet de que a Coreia do Norte dispõe, todas gerenciadas pela empresa chinesa de comunicações China Unicom, entraram novamente em colapso, às 15h41 GMT (13h41 em Brasília), após apresentarem instabilidade durante horas, e foram, então, restabelecidas.

As conexões haviam voltado ao normal depois de terem sofrido uma interrupção de nove horas e 31 minutos na segunda-feira.

A queda das redes norte-coreanas fez surgir especulações, segundo as quais o isolado regime de Kim Jong-un estaria sofrendo um ataque em massa por parte dos Estados Unidos em represália pelo ciberataque à companhia Sony Pictures.

As causas precisas da falha na Coreia do Norte ainda não foram confirmadas, mas especialistas disseram que o tipo de problema se assemelha ao provocado por um ataque de "negação de serviço".

Washington acusou a Coreia do Norte de estar por trás do roubo de informação digital dos estúdios de Hollywood, e o presidente Barack Obama prometeu responder na mesma proporção.

Na segunda-feira, a Dyn Research explicou que as conexões de internet entre a Coreia do Norte e o restante do mundo - que geralmente são ruins - começaram a sofrer interrupções já no fim de semana.

O governo americano acusa a Coreia do Norte de estar por trás do ataque contra a Sony Pictures, o que Pyongyang nega veementemente.

Em uma entrevista exibida no domingo pelo canal CNN, Obama disse que "não foi um ato de guerra, e sim um ato de 'cibervandalismo', que foi muito caro".

Ao mesmo tempo, prometeu uma resposta "proporcional" ao ataque, sem revelar detalhes.

No Departamento de Estado americano, a porta-voz adjunta Marie Harf afirmou que não estava em condições de comentar as informações sobre os problemas de conexão com a internet na Coreia do Norte.

"Deixo para os norte-coreanos comentar sobre se a Internet funciona, se não funciona e o porquê", desconversou.

"O presidente falou sobre o que poderia ser nossa potencial resposta, de forma separada e independentemente do que temos visto nas últimas 24 horas", disse Marie Harf aos jornalistas.

"A administração Obama examina uma série de opções em resposta ao ciberataque. Entre nossas respostas, algumas serão visíveis, outras não", explicou.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte foi alvo de uma enxurrada de críticas na reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Durante a primeira reunião do Conselho completamente dedicada à situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, liderou as acusações contra o regime comunista no poder em Pyongyang.

A embaixadora americana se referiu brevemente ao ataque cibernético à Sony Pictures.

"Não satisfeito em negar a liberdade de expressão a seus próprios cidadãos, o regime da Coreia do Norte agora parece estar decidido a impedir que nossa nação usufrua dessa liberdade fundamental", declarou.

Já a China defendeu um diálogo entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte sobre os ataques informáticos, sem comentar, no entanto, a longa interrupção da internet ocorrida em seu vizinho e aliado norte-coreano.

"Tomamos nota das posições expressadas pelos Estados Unidos e pela República Democrática Popular da Coreia (RDPC) nos últimos dias. Esperamos que os Estados Unidos e a RPDC possam se comunicar sobre isso", afirmou a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores Hua Chunying.

O ciberataque contra a Sony Pictures, o maior desta natureza contra uma empresa americana, segundo o FBI, levou o estúdio a cancelar a estreia da comédia "A Entrevista", uma sátira sobre um complô fictício da CIA para assassinar o dirigente norte-coreano.

A Sony Pictures advertiu que poderá abrir processos contra quem continuar permitindo a difusão do material roubado, a exemplo do Twitter, que tem uma conta com este objetivo (@bikinirobot).

O ataque à Sony foi reivindicado por um grupo autodenominado Guardiões da Paz, que utiliza em inglês a sigla GOP, curiosamente também usada nos Estados Unidos para se referir ao opositor partido Republicano.

Entre as informações roubadas, estão roteiros de filmes, documentos financeiros, contratos de trabalho, dados pessoais de empregados e comunicados internos.

O ataque cibernético e as ameaças posteriores levaram a Sony a cancelar o lançamento do filme por motivos de segurança. Dois cinemas americanos anunciaram, porém, que vão exibir o filme no dia 25.

"A Sony autorizou a projeção de 'A Entrevista' no dia de Natal", escreveu em sua conta no Twitter Tim League, fundador do cinema Álamo de Austin (Texas, sul).

O Plaza Atlanta, da Geórgia (sudeste), também anunciou que fará o mesmo por meio das redes sociais.

*Atualizada às 17h53 do dia 23/12/2014

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