Facebook: pesquisas apontam em sentidos contrários, algumas afirmando que as redes sociais enfatizam a depressão, e outras destacando efeitos positivos (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2016 às 15h58.
Comentários no Facebook podem deixar as pessoas tão felizes quanto se estivessem casando ou tivessem um bebê, segundo uma pesquisa da Universidade Carnegie Mellon e de uma cientista de pesquisa da rede social.
O estudo identificou que 60 comentários de amigos próximos todos os meses despertavam o mesmo nível de satisfação de um grande acontecimento.
Moira Burke, coautora e cientista de pesquisa do Facebook, disse: “O importante é que alguém [...] disponha de tempo para personalizar [o comentário]”.
Segundo Burke, “o conteúdo pode ser edificante, e o mero ato de comunicação lembra os destinatários dos relacionamentos significativos em suas vidas”.
Os pesquisadores entrevistaram cerca de 2 mil participantes ao mesmo tempo em que avaliavam os registros de comportamento dos usuários, preservando a privacidade dos mesmos, no Facebook.
Pesquisas anteriores associaram a rede social à inveja, baixa autoestima e depressão.
Os cientistas admitem a existência de tais estudos, mas desafiam os argumentos de que as mídias sociais possam aumentar a infelicidade.
Robert Kraut, coautor da pesquisa e professor do Instituto de Interação Homem-Computador da Universidade Carnegie Mellon, disse em um comunicado:
“Você se questiona — as pessoas infelizes estão usando as mídias sociais ou as mídias sociais estão afetando a felicidade?”.
Burke, do Facebook, acrescentou: “[O estudo] sugere que as pessoas que se sentem para baixo de fato passam mais tempo nas mídias sociais, mas escolhem fazer isso porque viram que isso as faz se sentir melhor”.
“Elas são lembradas [da existência] de pessoas que são importantes em suas vidas.”
No entanto, um estudo realizado no ano passado chegou a uma conclusão diferente. Pesquisadores da Universidade de Houston afirmaram que o Facebook pode exacerbar a depressão.
Mai-Ly Steers, coordenadora da pesquisa, disse à revista Forbes que a rede social não era necessariamente a causa da depressão, mas acrescentou: “Sentimentos depressivos e [passar] muito tempo no Facebook, além de ficar se comparando com os outros tendem a andar de mãos dadas”.
“Usuários frequentes do Facebook podem estar se comparando com seus amigos, o que, por sua vez, pode deixá-los ainda mais deprimidos.”
*Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost UK e traduzido do inglês.