(TriEye/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 10 de novembro de 2021 às 13h28.
Última atualização em 10 de novembro de 2021 às 13h30.
As empresas de tecnologia têm um sonho: criar um carro autônomo plenamente funcional que não só poupe tempo das pessoas, mas também evite acidentes e reduza o trânsito nas cidades. A missão não é fácil porque requer uma simulação totalmente automatizada da atenção de um bom motorista, sendo a visão um dos seus principais atributos nessa tarefa. Por isso, a startup israelense TriEye capta agora 74 milhões de dólares, totalizando um investimento de 96 milhões de dólares, para um sistema de condução autônoma que permite “ver” melhor as ruas, pedestres e obstáculos do que outras soluções tecnológicas similares.
Ao longo da história, Intel, Samsung e Porsche estão entre os investidores da startup de tecnologia para mobilidade. A TriEye usa um sistema de infravermelho de ondas curtas para analisar tudo que estiver fora do espectro visível. Apesar de a aplicação a esse tipo de sistema ser nova, a tecnologia já era utilizada na indústria aeroespacial, mas sempre foi um recurso de alto custo.
A TriEye reporta ter feito avanços importantes com essa tecnologia que acabaram tornando-a mais acessível para o uso em sistemas de condução autônoma de veículos. De acordo com reportagem do site americano TechCrunch, a startup já está em contato com montadoras para implementar o sensor e o sistema de condução autônoma em alguns veículos.
No entanto, esse não é o único objetivo da companhia. Ela buscará oportunidades em outros setores do mercado que podem se beneficiar dessa tecnologia de análise de imagens em tempo real, como o segmento de alimentos, análise de materiais, vigilância e autenticação biométrica. Vale notar que sistemas como o da TriEye se baseiam em tecnologias de inteligência artificial, em seus três principais campos: análise preditiva de dados, visão computacional e processamento de linguagem natural (no caso de sons externos).
Entre as empresas que fomentam o desenvolvimento de tecnologias de condução autônoma de veículos estão a Nvidia, o Google e a Intel, sendo que esta última fez o maior investimento do setor até o momento, em 2017, ao comprar a startup israelense Mobileye, em um acordo de 15,3 bilhões de dólares. Já a Uber, depois de ter investido mais de 1 bilhão de dólares na criação de carros autônomos, desistiu do sonho e vendeu essa divisão da companhia para a Aurora, especializada nesse tipo de tecnologia, no final do ano passado. A empresa que tem o sistema mais avançado já nas ruas é a americana Tesla, que chama a função de "piloto automático", apesar de ainda não ter atingido o grau máximo de condução autônoma, que dispensa a supervisão contínua de um motorista.