Observadores em Wall Street acreditam que os efeitos em curto prazo da escassez de mídia estão ocultando um problema mais profundo, como a concorrência com tablets (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 10h50.
São Francisco - A escassez de discos rígidos pode ser a menor preocupação da Intel em 2012: a maior fabricante mundial de chips e sua rival Advanced Micro Devices estão diante de uma queda firme na demanda mundial por computadores pessoais.
A Intel alertou no mês passado que os danos causados pelas inundações na Tailândia -maior produtora mundial de discos rígidos- persistem e devem resultar em redução na receita do quarto trimestre, que será anunciada nesta quinta-feira.
Mas alguns observadores em Wall Street acreditam que os efeitos em curto prazo da escassez de mídia de armazenagem estão ocultando um problema mais profundo. Analistas cada vez mais creem que a demanda por computadores pessoais possa ficar abaixo até das expectativas já rebaixadas do setor, conforme os consumidores apertam os cintos ou optam por aparelhos como o Apple iPad em detrimento aos computadores.
"A questão da disponibilidade de discos rígidos está mascarando questões de demanda em todo o mundo. Até que ponto a fraqueza na demanda está sendo encoberta pela escassez de discos rígidos? Não creio que a demanda tenha melhorado em termos concretos", disse Patrick Wang, analista da Evercore Partners.
A despeito das esperanças de que o aguardado sistema operacional Windows 8, da Microsoft, estimule o setor adormecido, muitos especialistas esperam que a indústria de computadores sofra ao longo de todo o primeiro semestre de 2012, enquanto as fábricas de discos rígidos tailandesas prejudicadas pelas inundações catastróficas do ano passado reparam suas linhas de montagem.
Em dezembro, a IHS iSuppli reduziu sua projeção sobre o crescimento de embarques de computadores pessoais em 2012 de 9,5 para 6,8 por cento, e alguns analistas consideram que até mesmo essa estimativa seja otimista.
Em longo prazo, analistas afirmam que a Intel, um ícone do Vale do Silício, precisa desenvolver uma resposta à Apple e à nova leva de aparelhos cada vez mais poderosos, a exemplo dos tablets, que desviam o interesse dos compradores de computadores pessoais.